Friday, November 27, 2009

Faxina no orkut

Hoje eu entrei no orkut e percebi o mundo de comunidades inúteis que eu tenho. Resolvi então fazer uma faxina.
É, as coisas mudam. As cabeças também. Antes eu achava que as comunidades poderiam ser um meio de expressão e até de diversão, e que quanto mais eu tivesse delas, mais legal iria parecer o meu perfil.
Agora eu não ligo muito pro que pensam do meu perfil. O que não me parece bom, no entanto, é que muitos daqueles grupos refletem alguém que eu não sou mais. E quando vi aquele mundo de comunidades, decidi que era hora de fazer uma limpeza.
Quando vi que precisava deletar uma a uma, veio logo a idéia de excluir o perfil e fazer um novo. Se o fizesse, teria de adicionar meus amigos de volta e minhas fotos também. Comparando as preguiças, fiquei com a de apagar as comunidades.
E nem dá pra comparar meu perfil com aminha vida, porque enquanto o orkut está cheio de coisas inúteis, até que na vida de carne e osso eu estou indo muito bem. Pra se ter uma noção, até nota boa eu tô tirando.
No fim, é com essa vida que a gente tem de se preocupar. É aqui que estão as pessoas, os sorrisos e os choros, a vida e a morte. Meu perfil ainda está bagunçado, mas enquanto a minha vida estiver boa, grande problema não será.

Wednesday, November 25, 2009

Tesoura de tempo


"À medida que você envelhece, diminuem as suas possibilidades."

Estava eu conversando com meu tio a respeito de meus planos acadêmicos, quando ele disparou essa frase. Apesar de tê-la achado óbvia na hora, ela me deu muito o que pensar nos dias seguintes.
A conversa mudou de "meus planos" para "o que temos em comum" ou ainda "o que você está fazendo da sua vida, rapaz?". Titio fez jus a seu sobrenome italiano: falava animadamente, gesticulando e conciliando paradas estratégicas com olhares incisivos.
Acabou-se a prosa e eu fui embora com aquela idéia. Então, começaram a pipocar figuras na minha cabeça que tentavam traduzi-la. A primeira era a de um foguete, especificamente no ponto em que se livra de seus muitos módulos de combustível. Antes eram um auxílio, mas depois de conumida a energia, nada mais são do que peso inútil. A partir daquele ponto os pilotos não têm muitas opções: ou eles chegam ao destino, ou não haverá muito que possam fazer.
Mas uma outra imagem, mais simples, me fez entender melhor. Nossa vida é como uma fita. A gente começa com uma fita grande, a perder de vista, mas que vai diminuindo dia após dia. O tempo vai consumindo a fita, até que não haja mais fita. Tudo que sobra são retalhos.
Nossa vida, nossas possibilidades, a tira, tudo fica em pedaços. Curiosamente, quanto menor for o pedaço que tivermos, mais pesado será. Até não sobrar mais nada. Nada pro tempo cortar.