Tuesday, September 18, 2012

Estamos emburrecendo com a tecnologia?

Tecnologia é mais que uma palavra hoje em dia. A vida virtual e a extensão dela para todos os nossos aparelhos eletrônicos têm uma interferência substanciosa em todos os aspectos do cotidiano. Mesmo a galera que não é muito ligada em circuitos admite que estamos em um estágio de desenvolvimento galopante no que se refere a novos meios de fazer as coisas.
Estamos bem mais aparelhados do que as gerações que viveram antes da gente. Grande parte da população tem Internet, celulares com câmera, carros inteligentes (tá, um pouco menos aqui no Brasil), roupas leves, tratamentos de ponta e milhares de redes sociais para integrar. Muito legal tudo isso, mas e nós?
Bem, nosso hardware permanece o mesmo há pelos menos cinco mil anos, aproximadamente. Quanto ao software, temos que as pessoas ao redor do mundo inventaram diversas plataformas para lidar com suas necessidades, mas também esses programas evoluem a passos lentos e estão fortemente atrelados à parte física. 
Trocando em miúdos, nossa forma de comportamento, falando numa perspectiva macro, não se alterou essencialmente desde que o mundo é mundo. Continuamos amando quem nos ama, odiando que nos odeia. Continuamos inventando coisas e manias novas, jeitos de construir e de entreter. Existe tanta coisa boa para ver que bate uma desorientação em quem procura, e isso tudo é muito legal.
No entanto, a impressão generalizada é de que o mundo vai de mal a pior. Acusamo-nos todos os dias de degradar os valores morais e de não ter mais respeito por nada. Noções de autoridade, civilidade e boa educação estão minguando mais rápido que poços de petróleo. Continuamos matando, roubando e destruindo a nós mesmos e a todas as diferentes formas de vida possíveis com criatividade igualmente ímpar.  
Fica claro, então, que nós, seres humanos, não mudamos muita coisa desde que assumimos essa configuração. Ainda temos as mesmas capacidades e os mesmos debilidades de outrora, mas agora com mais meios de potencializar aquelas e minimizar estas. E quem vier depois vai ter mais ainda, mas continuará sendo feito de carne, osso e, quando muito, pinos e chips. A tecnologia em si é uma faca de dois gumes que a gente amola a cada dia que passa, cortando mais fundo pros dois lados ao mesmo tempo. Desse quiproquó sem fim, três bugs ainda restam soberanos, sem previsão de reparo: a fragilidade dos laços, a mediocridade das promessas e a maldade dos corações. Estamos precisando de uma atualização.