tag:blogger.com,1999:blog-294377782024-02-28T07:03:21.086-08:00Oodaniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.comBlogger113125tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-30479614303924218422016-06-16T12:25:00.002-07:002016-06-16T12:25:42.922-07:00Casa Nova!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPU_vG9uiUrbFF2uVMC8OZQ1yIaeVVXrb3mjNdmgaTZg_6jq8aK5P-XiMPNVnBk6kAC0ObY6ZcQbfIlVI03omrvUmb9kic3E0oVRFby_Ss5NIatJhBS8FK1gA6P5hSJYQ7LcIy/s1600/casa+movel.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPU_vG9uiUrbFF2uVMC8OZQ1yIaeVVXrb3mjNdmgaTZg_6jq8aK5P-XiMPNVnBk6kAC0ObY6ZcQbfIlVI03omrvUmb9kic3E0oVRFby_Ss5NIatJhBS8FK1gA6P5hSJYQ7LcIy/s320/casa+movel.gif" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Bem, esse é um pequeno post de despedida do Blogger, mas não do blog. Estou mudando pra plataforma Wordpress, que oferece mais opções de postagem. Já migrei todo o acervo deste blog pra lá, inclusive. Então, se você gosta do que eu escrevo, é só clicar no link abaixo:</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><a href="http://www.daniel0025.wordpress.com/">www.daniel0025.wordpress.com</a></b></span></div>
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O layout ainda está meio bagunçado, mas eu vou ajeitando com o tempo, como a mudança de uma casa mesmo. Já pode visitar. Já pode dar like. Já pode comentar. E eu estarei lá pra responder tudo. Então até lá. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Muito obrigado por esses dez anos de convivência, Blogspot. Até a próxima. </span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-13864140806228187662016-05-30T08:28:00.000-07:002016-05-30T08:28:41.312-07:00Furada ou Firmeza<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi09nVl9OKN3ro_YaGHc-IF3RzuekcBHlLap14FonLBsyxN3eModGiWrwFYvc0zBu7e_JckVB3rsbl7a1VNr9E6RUzIfBFHeO4esE-m8375U7_XocSuh4sK8G2OKSnJUQGwnsCL/s1600/suspicious.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi09nVl9OKN3ro_YaGHc-IF3RzuekcBHlLap14FonLBsyxN3eModGiWrwFYvc0zBu7e_JckVB3rsbl7a1VNr9E6RUzIfBFHeO4esE-m8375U7_XocSuh4sK8G2OKSnJUQGwnsCL/s320/suspicious.gif" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Que momento vivemos no País. Não há flores, mas também não há guerra. O fato é que a situação está um pouco difícil para quem quer arrumar um emprego, e fica ainda mais complicada para quem quer sua primeira colocação.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nos livros de história a gente vê aquelas fotos antigas da crise de 1929, filas e filas de pessoas sem emprego com um pratinho de metal na mão, cenário desolador. Queremos pensar que aquilo não vai acontecer de novo, mas ligamos o jornal e vemos as agências de emprego cheias, filas e filas com expressões de abatimento. E pode não ser o pior momento ainda.</span><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Que o diga particularmente a faixa etária de 18 a 68 anos. Pior ainda para quem quer <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o primeiro emprego</span>, porque existe a cíclica questão da falta de experiência, que tem em seu cerne o problema ainda sem solução <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">de</span> toda a nossa economia: a falta de confiança. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Confiança é uma sensação escassa em todo canto. Desde pequenos, somos ensinados a desconfiar de tudo e de todos. É basicamente um princípio básico de sobrevivência não aceitar balinha na porta da escola nem ajuda na boca do caixa eletrônico. Por causa do cotidiano e da violência, temos a ideia de que desconhecidos tem mais chance de ser inimigos do que amigos, e dependendo da sua localização nesse momento, não é uma suposição absurda. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas qual é a influência dessa desconfiança generalizada no mercado? Bem, se não se pode confiar nos parceiros de negócio, as partes vão colocar menos dinheiro para circular e exigir mais garantias de que os acordos assumidos serão cumpridos. Essas circunstâncias levam a mais regras, a mais procedimentos burocráticos e a mais tempo consumido apenas para construir a mínima certeza de concretização, o que num cenário ideal deveria ser algo sem esforço. Ampliando o foco para o cenário nacional, dá pra ver que a desconfiança é um dos fatores que potencializam os efeitos da crise econômica que o Brasil vive hoje. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Felizmente existe uma solução chamada cooperação. Baseados nela, grupos podem deixar de apenas competir até a morte e cooperar pela sobrevivência de ambos, até porque, sejamos honestos, no mundo hoje tem pra todo mundo. No mercado essa ideia é conhecida como <a href="http://www.sebraepr.com.br/PortalSebrae/artigos/Coopeti%C3%A7%C3%A3o" target="_blank">coopetição</a>, <a href="http://blog.opus-software.com.br/coopeticao-cooperacao-aliada-a-competicao/" target="_blank">e tem dado certo</a>. Para isso, um dos fatores humanos envolvidos é o nível de confiabilidade das pessoas. Aqui entram aquelas ideias antigas de não pegar o que não é seu, nem puxar o tapete dos coleguinhas numa entrevista de emprego. </span><br />
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Conceitos simples como esses forjam culturas, movimentam mercados e em alguma medida definem nosso nível de sucesso não só no emprego, mas também na vida como um todo. Se não podemos confiar em nós mesmos o tempo todo, podemos ao menos nos esforçar para melhorar nosso nível de confiabilidade, e assim errar menos. Mais acertos significam mais dinheiro no bolso, mais tempo para gastá-lo com quem importa e mais vidas longe de perigos desnecessários. Esse sim parece ser um bom negócio. </span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-21760849936373618752016-04-19T11:57:00.002-07:002016-04-19T14:21:35.666-07:00Ir e vir ameaçado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnhQfqnXq4wdXMeBnlwy9yFnjd4AhdH7bmXHi6epKTGZCCUo2kb2gu-uzYRbe1VTMClTziXZ6occf_N55dKp0L2TTUs35vFifD7DR9mBZ22-cjvOc7c2yLiLZ3rbyrm_h9vYIK/s1600/how+about+no.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnhQfqnXq4wdXMeBnlwy9yFnjd4AhdH7bmXHi6epKTGZCCUo2kb2gu-uzYRbe1VTMClTziXZ6occf_N55dKp0L2TTUs35vFifD7DR9mBZ22-cjvOc7c2yLiLZ3rbyrm_h9vYIK/s1600/how+about+no.gif" /></a></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Blog é uma coisa maneira, né? E não digo maneiro apenas no sentido de legal, mas também no sentido de gastar pouca banda pra ser acessado. Essa não deveria ser uma preocupação para qualquer pessoa no Brasil, mas depois do anúncio da Vivo de limitar a internet fixa nos moldes da móvel, parece que teremos de prestar atenção nisso enquanto fazemos o máximo para essa que medida arbitrária não entre em vigor. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Vamos começar pelo absurdo que é a simples ideia de limitar uma conexão residencial à internet. Basta olhar a Constituição Federal, que diz que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Como isso se aplica a uma conexão de banda larga?</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bem, graças à internet, hoje não precisamos sair de casa para tudo. Na verdade, podemos resolver muita coisa com um computador, como pagar contas, fazer compras, pedir comida, imprimir documentos e fazer faculdade. Parcela expressiva da população mundial faz cursos on-line de outros países; há graduações inteiras baseadas em cabos de fibra ótica. Difícil pensar em alguma área da vida que não receba ou que não tenha recebido uma mãozinha da rede mundial de computadores. Céus, as pessoas até transam on-line hoje em dia!</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os sítios e caminhos virtuais tornaram-se uma extensão do espaço físico. Barrar a conexão com base em um limite de dados seria o mesmo que trazer um caminhão cheio de areia à casa de um indivíduo qualquer e soterrar suas portas e janelas dizendo: desculpe, cara, você atingiu sua cota de movimentação nesse mês, então vai ficar aí. Se quiser remover o bloqueio, contrate um pacote adicional. Do contrário, a gente limpa tudo no mês que vem... Se você pagar direitinho, claro. Ou seja, a limitação da conexão à internet baseada numa franquia de dados afronta o direito de ir e vir das pessoas baseando-se num num critério injustificável, isso para não mencionarmos as violações à liberdade de expressão e ao equilíbrio econômico das partes.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com tanta coisa pra fazer on-line, nós brasileiros poderíamos esperar um serviço fluido e sem engasgos, né? É, mas não é assim a qualidade do serviço de internet. Na verdade, deixa bastante a desejar, assim como nossas estradas físicas. Os planos não são baratos e, dependendo do lugar onde o contratante se encontra, não tem sequer opção de operadora. Fica difícil aceitar uma limitação de franquia quando não se tem nem um bom serviço.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Outra coincidência notável é o fato de todas as operadoras de internet possuírem também o serviço de TV por assinatura. Ora, graças a uns certos serviços de streaming e a um certo serviço de troca de mensagens aí, <span style="color: black;"><a href="http://www.tecmundo.com.br/tv-a-cabo/103361-crise-netflix-tv-assinatura-perdeu-meio-milhao-clientes-2015.htm" target="_blank">elas amargaram um encolhimento expressivo no número de assinaturas</a> <a href="http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/whatsapp-e-operadora-pirata-diz-presidente-da-vivo" target="_blank">e na receita vinda de mensagens SMS e de ligações interurbanas</a>. Sob esse prisma, elas tem boas razões para querer sobretaxar a internet. Só não tem moral para fazê-lo.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Existe <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ainda um</span> segmento da indústria que também não parece insatisfeito com a limitação da internet. As grandes empresas distribuidoras de conteúdo podem até ter licenciado parte de seu conteúdo para o streaming, mas enquanto não fizerem uma oposição expressa à ideia de limitação da rede no Brasil, parece mais que elas imaginam que tal medida será capaz de ajudá-las a combater um de seus maiores vilões: a pirataria. O curioso é que, graças aos bons serviços de streaming de hoje, os mesmos que em tese tiraram assinantes da TV a cabo, <span style="color: black;"><a href="http://m.gizmodo.uol.com.br/eua-pirataria-netflix/" target="_blank">muita gente já não baixa mais conteúdo ilegal</a></span>. Ou seja, quanto mais livre for a internet e quanto mais estruturados forem os serviços de streaming, menos razões o povo vai ter pra piratear.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Por tudo que foi exposto, não consigo pensar em outro adjetivo que não seja a palavra abusivo. É imoral, ilegal e inconstitucional limitar a conexão de internet fixa com base em uma franquia minúscula de dados. Trata-se de uma atitude retrógrada, uma vez que, à medida que a tecnologia avança, consome mais dados e mais banda para funcionar adequadamente. <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Há</span>, por fim, um último i nessa história: inaceitável. Não queremos internet de graça - queremos um serviço bom, justo e livre. A ideia de limite, da forma como está posta, não preenche nenhum desses requisitos.</span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-59341202853335525262016-03-07T13:00:00.000-08:002016-03-08T08:44:37.386-08:00Professor Megaman<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3IOTU1QCXK_6FfONOsOOGMYRf5WKS_2II_2shV4ZRstxMBhBAFmX7DK3tVqy3lsBkg0BtqnGly0Q8mc2QWV7jbBlqT3NkBPNGtjNu8uqU8oUO1uwrQILMI4ZvLN7_aBo9vA78/s1600/megaman.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3IOTU1QCXK_6FfONOsOOGMYRf5WKS_2II_2shV4ZRstxMBhBAFmX7DK3tVqy3lsBkg0BtqnGly0Q8mc2QWV7jbBlqT3NkBPNGtjNu8uqU8oUO1uwrQILMI4ZvLN7_aBo9vA78/s320/megaman.gif" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Megaman foi um personagem muito importante na minha infância. Cresci assistindo ao desenho e jogando os jogos. Nesse particular, a série X é a minha favorita, tanto que joguei do primeiro ao sexto jogo, sempre aguardando ansiosamente a próxima sequência.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O que tinha de tão especial nesse jogo/desenho? A primeira coisa que me chamou a atenção é o fato de ser uma história envolvendo robôs com cara de gente. Sendo uma criança que gostava de robôs e de detalhes mecânicos, ver essas duas coisas dentro de uma embalagem colorida foi hit instantâneo.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A segunda coisa que me prendeu foi a habilidade que o Megaman tinha de copiar os poderes de seus inimigos derrotados. Basicamente ele encostava a mão no braço do outro robô e fazia um download da munição do cara. Ah, sim, ele tinha o poder de fazer seu antebraço virar um canhão e atirar vários tipos de projéteis conforme o inimigo e a necessidade. Um comédia estressadinho do fogo? Jogue gelo aprendido de outro inimigo nele, e vice-versa. Não conseguia atingir um lugar? Use um tornado no chão, flutue até lá e pronto, problema resolvido. Nos jogos, ele até mudava de cor dependendo da munição, o que podia ser ou muito legal ou muito feio, mas servia para distinguir. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O que ficou dessa jogatina e de todos esses trajes coloridos? Uma lição preciosa a respeito de aprendizado. Hoje vejo as batalhas cotidianas como oportunidades de aprendizado e de experiência. Quando acaba, tenho mais uma coleção de comportamentos que podem ser úteis ou não caso uma situação semelhante se apresente no futuro.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Acho, porém, que existe espaço para aprimoramento nessa fórmula. Em geral, não temos olhos treinados para identificar soluções de problemas que não sejam óbvias. Tal habilidade demanda visão aguçada para captar nuances e criatividade afiada para aplicá-las no cotidiano. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Então que tal fazer disso um exercício? Por vezes, a solução que buscamos pode não estar diante dos nossos olhos, mas em algum lugar da mente, com o aprendizado necessário para fabricá-la. Aí entram conceitos como organização mental, análise situacional e treinamento assíduo, coisas nas quais não sou bom, mas que tento praticar para melhorar minha forma de viver. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Jogos eletrônicos já estão no mundo há bastante tempo e hoje tem amplo
espaço na cultura pop, no entanto seu valor como ferramenta de
aprendizagem já foi muito questionado. Parece que fazer uma palavra
cruzada no jornal adiciona mais pra vida do que jogar um plataforma 2d. Pois eu digo que ambos tem seu valor e suas lições a ensinar, e que bom que são acessíveis e fáceis de se achar. Podemos então ter o melhor de todos os mundos, e a questão que fica é: estamos prontos para aproveitar o que essas formas lúdicas de aprendizado tem a nos oferecer?</span> <br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-57298405038949565902016-02-03T15:43:00.000-08:002016-02-03T15:44:41.316-08:00Clã das Agulhas Voadoras <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNlGxfVNGfq0weptyuphqjZ0FxbV-SOGx3_llx81LO93pZGOTP2Yorn1ATuXqpGSrdspGjg7uV-6YbBunRwuznWnb4tpb_EgRyI9ii4ZKUiweKm7OZD9xUiv1lLKU2HIyVnhS/s1600/mosquito.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNlGxfVNGfq0weptyuphqjZ0FxbV-SOGx3_llx81LO93pZGOTP2Yorn1ATuXqpGSrdspGjg7uV-6YbBunRwuznWnb4tpb_EgRyI9ii4ZKUiweKm7OZD9xUiv1lLKU2HIyVnhS/s320/mosquito.gif" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Imagine que o Brasil tenha entrado em guerra contra um país por demais inteligente. O inimigo, num golpe de genialidade, colocou em produção uma arma extremamente perigosa e fácil de se produzir. São pequenas agulhas que caem como chuva sobre os centros urbanos, identificando, perseguindo e atingindo pessoas com diversos tipos de doenças, algumas delas incapacitantes. Sua eficácia é tão alta que conseguem operar na escuridão total e sob altas temperaturas, sem falar na habilidade de suportar privação de condições básicas de funcionamento por até um ano.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se é difícil imaginar um cenário assim, basta procurar um noticiário para perceber que esses drones malignos estão por toda parte, sendo mais popularmente conhecidos como mosquitos. Sim, eles são as agulhas-teleguiadas-voadoras-envenenadas que nos atacam cotidianamente. Milhões de vetores da dengue, do zika e da chikungunya nascem todos dias e outros milhões são larvas famintas prontas para criar asas e perpetuar o caos hoje presente.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Já é aterrorizante o suficiente? Pois espere até eu dizer que os principais alvos, ou seja, os seres humanos, não parecem muito preocupados em combater um inimigo tão pernicioso. Muitos inclusive tem entes queridos que já sofreram os males das doenças, e estão por aí, tomando conta das miudezas de costume, sem imaginar que sua inércia fortalece o lado daqueles não se importam em tentar destruir o que há de mais importante em nossas vidas. Sim, porque mosquitos não ligam se vão contaminar e matar gente; eles só querem nosso sangue, o que faz deles psicopatas em potencial, mas isso é assunto para outro dia.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Nossa, que coisa mais dramática", é de se dizer. Bem, a Organização Mundial de Saúde também pensa assim, tanto que declarou o vírus zika uma ameaça mundial. E para adicionar mais drama a essa tigela já transbordante, eis o gif que ilustra este post: é a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=CjHm2zKiTs0" target="_blank">imagem</a> microscópica do que acontece quando um mosquito pousa na gente. Ele revolve cuidadosamente sua pequena boca acicular dentro da pele, até encontrar um capilar e dali tirar seu alimento.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O ato de chupar nosso sangue em si não é um problema para nós brasileiros. Temos outros parasitas maiores, também psicopatas, que há muito fazem a mesma coisa. No entanto, estamos falando aqui de transmissores de doenças, propagadores de prejuízos financeiros, temporais e biológicos. Deus não deu asas às cobras, mas as deu aos mosquitos, e por conta desses pequenos artrópodes voadores superadaptados, muitas pessoas estão hospitalizadas, não poucas morreram, e outras tantas que ainda nem nasceram terão consequências severas durante seu tempo de permanência na Terra. Culpa dEle? </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É claro que não. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O choro culpando o governo também é livre. E sim, há muito do que reclamar, mas o fato é que essa é uma batalha de pequenos contra pequenos. O ministro da saúde não vai entrar na casa de ninguém com a raquete na mão caçando mosquito. São as atitudes diárias que vão determinar quem sobrevive, e aqui entra a vigilância ativa e periódica da casa, do lote, da rua. Toda água parada deve ser considerada suspeita até prova em contrário. Nem preciso dizer que o descarte correto de resíduos é uma necessidade do processo todo.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Citei apenas algumas doenças nesse post, mas os mosquitos passam muitas outras e já estão entre nós faz um tempo. É responsabilidade de cada um manter seu patrimônio em ordem, sob pena de ser obrigado a tolerar o triste quadro em que nos encontramos e de ouvir a caçamba cheia de abobrinhas que as ditas autoridades querem despejar no nosso alpendre mental. Deixou de ser apenas presente para ser futuro - o presente dos futuros decidido na batalha contra um inseto. </span><br />
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<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-11590421012505232622016-01-30T06:50:00.003-08:002016-02-02T14:25:19.747-08:00Ano Novo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaoSrmBDablLwqqWbiVhZD76z60egTUdfh8j9UzF3KHVIc0_YbIlGzg6CCcLt4kl0SAJLWqp9-BW-8Bqjovn2Yqb0E_sxhEKaxY_AKd9I64GlvIjHMjIic_g6eZ5X-EieU4c0t/s1600/happynewyear.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="134" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaoSrmBDablLwqqWbiVhZD76z60egTUdfh8j9UzF3KHVIc0_YbIlGzg6CCcLt4kl0SAJLWqp9-BW-8Bqjovn2Yqb0E_sxhEKaxY_AKd9I64GlvIjHMjIic_g6eZ5X-EieU4c0t/s320/happynewyear.gif" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Quando eu era menor, tinha uma grande expectativa em relação à virada do ano. Pensava que, após a batida da meia noite, tudo de ruim no mundo seria apagado, e que todos teriam uma nova chance de fazer as coisas do jeito certo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Bem, a experiência vem chegando lenta e inexoravelmente, e hoje percebo que não é assim que as coisas funcionam. Nessa época do ano, não apenas eu, mas muita gente espera que tudo será diferente apenas porque um ano está para acabar e outro para começar. Todas as mazelas ficariam em 23h59min para dar lugar ao novo na hora zero.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Infelizmente não é assim que acontece o parangolé. Para o ano novo ser diferente, cada indivíduo precisa ser diferente, e não apenas diferente: melhor. Aqui não se pede a ninguém que invente algo revolucionário, mas que melhore um pouquinho sua mente, seu coração, sua vida enfim. Os gênios, porém, fiquem à vontade para inventar coisa revolucionária boa.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Não vai ser ano novo se esse País continuar tendo uma moral seletiva. Não vai ser ano novo se o egoísmo continuar no trânsito e na gestão do serviço público. Não vai ser ano novo se álcool e volante estiverem numa mesma frase. Não vai ser ano novo se ninguém quiser tentar algo novo em sua vida.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Parece um pouco pessimista dizer isso, mas acho que não vai ser um ano novo. Vai ser um período com os mesmos problemas e as mesmas soluções provisórias de sempre. Se o puxadinho em uma obra de engenharia já é algo preocupante, imagine o puxadinho intelectual no qual muitos se escoram.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">A boa notícia que trago é que a ruptura desses ciclos impiedosos não precisa de um ano novo. Ela precisa de um esforço consciente e concentrado de mentes a princípio dispostas a se tornar capazes de aprimorar aquilo que já existe.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">A inovação radical, destruidora de paradigmas, já foi feita pelo Senhor Jesus. "Eis que faço novas todas as coisas", diz Ele em suas palavras. Sendo assim, fica mais fácil pra gente apenas tentar viver da melhor forma possível.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.8px;">Isso se faz com planejamento. É necessária uma visão clara, um objetivo. Vale a pena reduzir o número de resoluções de ano novo para planejar cada uma delas no detalhe e torná-las fáceis de assimilar.</span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Deveria ser obrigatório que pessoas esquecidas como eu andassem com bloquinhos para anotar ideias e pensamentos - essa é uma ideia que pode salvar vidas e projetos. Pode ser um valioso primeiro passo. Já esqueci dois por aí, porém sigo na luta de ter um permanente. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Quero apenas lembrar que a situação não está muito boa para nós. Ora por ganância, ora por ignorância, há rios e gente morrendo à toa, banalmente. Minha primeira resolução de ano novo é acreditar que mais gente também se sente incomodada com a situação e quer ver um cenário diferente para esse País, ainda que demore mais de um ano novo.</span></span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-73936226571978858502015-12-14T05:59:00.001-08:002015-12-14T05:59:54.316-08:00Rios de concreto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzOaEPXRyBfqBJ2C969lK4imOa1mzBjHELrQZ9tPA9uvskTU0oNaHcT1I8RNAo8nVx63UAEnaFvUycSTrVMVj9my2Lp4uNWKL0b6dawiUJLW76Tjp1COzBJDod8r0VGdxggf-/s1600/lama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAzOaEPXRyBfqBJ2C969lK4imOa1mzBjHELrQZ9tPA9uvskTU0oNaHcT1I8RNAo8nVx63UAEnaFvUycSTrVMVj9my2Lp4uNWKL0b6dawiUJLW76Tjp1COzBJDod8r0VGdxggf-/s400/lama.jpg" width="400" /></a></div>
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos.” Salmo 40:2</span></i><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A vida do ser humano muda quando ele se torna capaz de limpar sua própria bundinha, lá nos primeiros anos da infância. Existe algo forte em não ter mais de pedir pra mãe vir nos limpar das merdas que a gente mesmo faz. Obviamente esse grito de socorro ainda virá muitas vezes durante a vida, mas não deixa de ser válido que, no mais das vezes, a gente aprende a se virar com os rejeitos que produz.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É estranho pensar que uma lição tão básica tenha sido esquecida pelos donos da BHP, da Vale e da Samarco. Difícil imaginar que se possa criar um enorme penico aberto num lugar alto e apenas esquecê-lo lá, na confiança plena de que nada precisará ser feito. Infelizmente não vai adiantar só chamar a mãe pra consertar o estrago que essa lama causou.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E agora vemos os peixes mortos nas margens, duros de tanta lama. Toda a vegetação se tornou um marrom disforme, em que se podem ver volumes de muitas coisas agora sem distinção, uma massa sinistra e fedorenta que arrebatou toda a vida e agora seca, cimentando lentamente o leito de um rio outrora vigoroso e pródigo.</span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É triste perceber que um País rico em um recurso tão essencial não seja capaz de administrá-lo de forma minimamente responsável. O que se vê nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo é a completa prostituição da água, não há outro nome para essa atitude. Cometemos as maiores atrocidades contra o meio ambiente e pensamos que iríamos escapar sem problema.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não é assim que a coisa funciona. Se já não funciona com o dinheiro, que é coisa de homem, imagine com um rio, que é vivo, todo um ecossistema cheio de bichos e plantas fundado num equilíbrio delicado. Vida exige cuidado.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Isso não está direito, rapaz, não é jeito decente de se tratar a criação. E aqui não falo de se tornar um abraçador de árvores ou ecochato, mas de uma ponto fundamental sempre ignorado que é a dignidade da terra, que é obra de Deus e que ecoa Sua glória em sons, cores e gostos indecifráveis para a maioria dos homens. Por falar nEle, imagine o que deve ter pensado quando viu o estrago feito - "eu deixo um rio arrumadinho e vocês me aprontam uma dessa? Não me façam descer aí pra consertar essa bagunça. Quando eu for, quero que tudo esteja um brinco". Uma palavra figurativa dos Salmos se tornou realidade no coração do Brasil. Acode, Jesus!, que o povo é ignorante e não sabe.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A justiça pode determinar multas irrisórias para a reconstrução da cidade, as empresas podem continuar tentando limpar suas barras, mesmo estando sujas até o alto da cabeça, não interessa; qualquer criança sabe que deixar que essa tragédia acontecesse foi um erro crasso e evitável, sem o qual a vida do planeta seria melhor. E cabe a nós todos agora, seres humanos, lenientes e irresponsáveis, restaurar a imensa latrina que acabamos de criar. Haja paciência divina - por enquanto, há; não abusemos, porém.</span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-35443862629055485042015-11-17T05:01:00.000-08:002015-11-17T07:01:33.220-08:00Seguidor de ninguém<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfki2dcllTUwp3FEEdmudoa4vLcU2CbsWZK-fgZjF_UheXKE24XEQwZo9QO9gxqz2Ac5sk8SAOblLJYZQMkchmBTmr11jW2-xJwHVGPcnBCjqDeRDyQEIL_X11QAfHA-ygZQaU/s1600/HiRes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfki2dcllTUwp3FEEdmudoa4vLcU2CbsWZK-fgZjF_UheXKE24XEQwZo9QO9gxqz2Ac5sk8SAOblLJYZQMkchmBTmr11jW2-xJwHVGPcnBCjqDeRDyQEIL_X11QAfHA-ygZQaU/s200/HiRes.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Passada a tempestade no copo de tristeza que eu tive de beber não tão recentemente, outras pequenas picuinhas virtuais vieram para atazanar meu dia-a-dia. Eu não pedia por elas, nem procurava saber, mas elas pululavam no meu feed como pequenas pragas sugadoras de alegria, pés de irritação barata. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Foi então que, animado com os bons resultados que tive com o primeiro unfollow, considerei utilizar essa ferramenta preciosa em todos os meus contatos no Facebook. Sair por inteiro da rede era uma medida sobremaneira drástica, porque lá havia convites e muitas atividades que seriam difíceis ou impossíveis de se encontrar em outro meio. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Comecei a pesquisar se havia alguma extensão de navegador que fizesse o serviço para mim. Com centenas de contatos para desseguir, seria mais fácil se um robô ficasse apertando unfollow pra mim em todo mundo, ou melhor, fizesse tudo de uma vez. No entanto, essa maravilha tecnológica aparentemente ainda não existe, o que é uma pena - ajudaria muita gente. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E assim fui clicando no unfollow de pessoa por pessoa, perfil a perfil, de todos os oitocentos contatos que eu tinha. O face percebeu minha estratégia e ficou cabreiro, já quis empatar dizendo "hmm, parece que você não está usando esse recurso da forma correta" e me limitou a trinta unfollows por sessão. Eu gostaria que existisse um robô capaz de fazer todo o serviço em um clique, mas jamais aceitaria que outro viesse me dizer o que eu faço de correto ou não com as ferramentas que me são entregues, então fiquei ainda mais firme no propósito de dar unfollow em todo mundo. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Graças a essa limitação, demorei alguns dias para tirar todas as pessoas do minha linha do tempo. Foi um trabalho de paciência e, apesar de ser um serviço chato, valeu muito a pena! Não precisaria mais ver posts sem noção nem discussões idiotas; não teria de me irritar com notícias falsas nem peneirar o bom do ruim. Tudo que restou foram páginas e grupos. E a paz voltou a reinar. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Hoje a minha relação com o Facebook é muito melhor. Isso porque o conteúdo das páginas geralmente é relevante, pode-se aprender alguma coisa dali. A zoeira também está lá, zoeira boa, que faz rir e diverte. Parar de seguir todo mundo ainda me fez amadurecer um pouco e selecionar com mais critério quem vê os meus posts e quem eu sigo em outras redes sociais. Eu ainda vejo discussões idiotas em um página ou outra, mas não tenho de mergulhar nelas nem ler muitos comentários - apenas percebo sua existência e passo contornando.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Isso não significa, porém, que todos os meus contatos postam coisas ruins e sem sentido. Pelo contrário, grande parte deles compartilha material relevante. Prefiro, no entanto, procurar saber a ter cada notícia sobre eles estampada para mim. Em tempos de excessos, uma das soluções que encontrei para administrar o conteúdo é evitar que ele chegue, e ir buscar o que me interessa. Solução pouco ortodoxa, admito, mas que me tem feito muito bem.</span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-20661160723610276702015-11-08T16:22:00.000-08:002015-11-08T16:41:04.030-08:00Distantes Bodas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkj6nt7qQ-GXRc-eNC3zpfpmOOCU5lbN3r60dWTw5UPychAymrViA4NjZwE2EHSeUcQ_f3sAwFFt17z0KM6T6YWQbwydzi_o1UmbsT8le5tjR8BxlVIyNQpvavJqlUMqEk5ay/s1600/RedCar_RoadTrip.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkj6nt7qQ-GXRc-eNC3zpfpmOOCU5lbN3r60dWTw5UPychAymrViA4NjZwE2EHSeUcQ_f3sAwFFt17z0KM6T6YWQbwydzi_o1UmbsT8le5tjR8BxlVIyNQpvavJqlUMqEk5ay/s200/RedCar_RoadTrip.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nosso amigo João ia se casar, e decidiu fazê-lo em sua cidade natal. Eram oitocentos quilômetros de estrada até lá. O Lucas estava um pouco hesitante em oferecer o carro porque estava sem seguro. Eu estava hesitante em oferecer meu carro porque não tinha feito a revisão. E assim hesitávamos até os quarenta do segundo tempo.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Já era sexta quando finalmente decidimos abraçar o projeto da viagem. Dos poucos convidados candangos, sete já haviam desistido, e o João parecia um pouco chateado com isso. Se fôssemos os próximos a deixá-lo na mão, talvez não houvesse representante de Brasília naquela cerimônia. Lucas me perguntou o que fazer, falei "bora", depois perguntou à mulher, e ela disse "vamos".</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O plano era eu ir até a casa dele no sábado de manhã e de lá seguirmos viagem. Acomodamos as bagagens e entramos em seu aconchegante 1.0 vermelho. Sabíamos que seria um desafio, mas tínhamos uma certeza: como o casamento era no domingo, poderíamos seguir com calma.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">De fato, seguimos com tanta calma que, por uma desprogramação do GPS, demos uma volta de duas horas pelas estradas de Minas. O combustível começou a virar preocupação, então paramos pra abastecer. Sem muita ideia de onde estava, perguntei à caixa como chegar a Passos. Ela me mostrou o mapa e disse "tá longe, hein?". Conseguimos a rota e seguimos.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A luz do dia já havia ido embora, mas a noite demorava a cair por causa das nuvens que cobriam o céu. Era um trecho de pista simples quando começou uma chuva leve, fazendo refletir as luzes dos carros no asfalto. Até ali comíamos biscoitos, ríamos e conversávamos despretensiosamente, e eu dirigia.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Já era noite quando um aguaceiro desabou sobre nós. Pingos grandes e pesados se arrebentavam no parabrisa, e a visibilidade era muito baixa. Seguíamos apreensivos pelos morros, enxergando de longe o clarão dos que vinham no sentido contrário. Era um evento encontrar qualquer alma penada debaixo daquele temporal. Algumas, no entanto, desejando partir desta para uma outra, arriscavam ultrapassagens.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A chuva deu uma trégua já perto da cidade. Chegamos bem. Guardamos as coisas nos quartos e fomos procurar o que comer. Para nossa alegria, um restaurante muito bom estava a cem metros de distância. Voltamos rolando ao hotel.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O dia do casamento chegou e passou arrastado. Surpreendentemente, um casal amigo também resolveu aparecer, e assim tínhamos cinco amigos num casamento que inicialmente era só para a família.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O lugar estava lindamente decorado. Fios com lâmpadas incandescentes cobriam boa parte do gramado e, com a luz amarela, davam o ar de aconchego que merece um casamento ao fim da tarde. Começou a ventar e a chover pouco antes da cerimônia começar, mas nada que atrapalhasse a vibe do local. Três bênçãos necessárias e uma indispensável - quatro ao todo - e fomos comer. Voltamos rolando ao hotel. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Era dia de voltar pra casa. A viagem começou tranquila e depois ficou... Menos tranquila. Lucas e eu trouxemos o carro na parcimônia que a situação exigia, salvando gente imprudente e patrimônio mal aproveitado. Por termos dividido a condução, ninguém chegou muito cansado. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ainda restava um fim de tarde daquele 2 de novembro e tudo corria bem. Já deitado, pensava em toda a situação e em como quase não fomos viver a aventura do trajeto e a alegria de ver o amigo casando. Poucos antes de dormir, só um pensamento ocupava minha cabeça: valeu a pena.</span><br />
<br />
<br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-30888215333793937652015-08-17T19:41:00.001-07:002015-08-24T10:51:26.394-07:00E se as pessoas fossem carros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMs6hg_8xMmWCl-Iii4LRnbJ6vRU49VZwmcNJeeUrqjuCcBV7lONNqUAsA6u-EXGYh0K9T3mCMtw7CLbpa03RcUSzI5mz0vCmYKmLiwCa4ow8x8lMsbNMFhr1tjgxkhPdOKgk1/s1600/Ford-Mustang-vintage-cars.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMs6hg_8xMmWCl-Iii4LRnbJ6vRU49VZwmcNJeeUrqjuCcBV7lONNqUAsA6u-EXGYh0K9T3mCMtw7CLbpa03RcUSzI5mz0vCmYKmLiwCa4ow8x8lMsbNMFhr1tjgxkhPdOKgk1/s320/Ford-Mustang-vintage-cars.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A pergunta pode parecer batida (sem trocadilho), principalmente depois dos filmes da Pixar sobre o assunto, mas é que sempre considerei as pessoas em termos automotivos. A referência poderia vir também de uma certa série de filmes de carros que se transformam em robôs e vice-versa, ou da minha coleção de carrinhos de metal, mas não importa. Alheio a qualquer papo sobre objetificação do indivíduo, quando conheço alguém , fico imaginando que espaço a pessoa vai ocupar na minha garagem.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejo o olhar e começo a pensar em como seriam os faróis. Seriam mais redondos ou afilados? Analiso a estrutura corporal e começo a traçar as linhas da carroceria, com vincos, curvas e superfícies. Tento decifrar o que cada membro me diz e construir um desenho das rodas. Elegância ou robustez? Velocidade ou resistência?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao mesmo tempo, escuto as palavras que ela diz, o vocabulário que ela emprega e tento decifrar sua forma de pensar. Esses fragmentos de personalidade me serão úteis na construção mental da transmissão - se vai ser manual ou automática -, no escalonamento e na suavidade (ou aspereza) do câmbio.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vou juntando mais peças e finalmente consigo chegar ao coração, digo, ao motor. Saber ideais e convicções de alguém me dá a noção do tamanho e da arquitetura do bloco, além de algumas pistas quanto ao regime ideal de rotação e à potência máxima a ele inerentes. Consumo também é uma informação importante, principalmente quando consideramos que o ser humano pode usar quase qualquer coisa como combustível.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Às vezes, quando começo a compreender alguém realmente, tenho de desmanchar o desenho da carroceria para acomodar seus componentes internos. Pode ser que a estrutura tenha de comportar mais peças, até então desconhecidas. Conhecer gente tem um quê de desenho automotivo: na primeira impressão a gente vê o conceito, mas a versão de produção, que vai estar conosco no dia-a-dia, pode variar bastante da ideia inicial.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">Sempre dá vontade de namorar as esportivas. Design arrojado, beleza rara, potência superior e muita emoção na condução. A ressalva fica por conta do controle de estabilidade, que elas em geral não têm. </span><span style="background-color: white; color: #222222;">Mesmo os homens se esforçam para se tornar bólidos. E com um desenho reluzente, se mostrando por aí, muitas vezes perdem para um milão, que apenas faz o que dele é esperado de forma competente e sem sustos.</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Independente de qual seja a configuração de cada carango-pessoa, tem espaço para todo mundo nesta longa estrada da vida. Não raramente tenho dificuldades em compreender os mapas daqueles que passam por mim, mas vivo na tentativa de entender que cada um tem seu caminho, com seus buracos e tapetes para percorrer.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certo dia compartilhei esse pensamento com um amigo Defender, que gostou muito da ideia. Ficamos a imaginar várias pessoas se transformando, desde a cor da lataria ao estilo do acabamento. Perguntei-lhe então que carro eu seria; ele me deu uma olhada e respondeu: "você seria um Mustang antigo". Não seria de todo ruim ter quatro rodas afinal...</span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-89921361689042284632015-07-22T10:54:00.004-07:002015-07-22T13:44:42.097-07:00Meias Brancas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmVo3rDD3VdaO2uRlZCv5Ouh0vf46amwagqViS9Rk4rm2Uqr-cRHnGtMT3Z-QIwifm0Dx6hvFJumrGi95C4sDco_Qhn4_STg4lGuy0FnrqQcZ7CNyn_7arq7FgyWGjbZ1fBeiw/s1600/meias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmVo3rDD3VdaO2uRlZCv5Ouh0vf46amwagqViS9Rk4rm2Uqr-cRHnGtMT3Z-QIwifm0Dx6hvFJumrGi95C4sDco_Qhn4_STg4lGuy0FnrqQcZ7CNyn_7arq7FgyWGjbZ1fBeiw/s320/meias.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222; display: inline ! important; float: none; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">Houve um tempo em que eu pensava que meias brancas eram o santo graal dos trajes masculinos. Simplesmente não havia peça indispensável como aquelas maravilhosas coberturas alvas e felpudas para nossos pés.</span><span style="background-color: white; color: #222222; display: inline ! important; float: none; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">Não importava a cor da calça, tampouco a cor do tênis, - nem vou falar calçado, porque não faz muito tempo que a definição desse termo foi atualizada em minha vida, abrangendo também sapatos sociais - meia branca era o <i>must</i>.</span><br style="background-color: white; color: #222222; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; display: inline ! important; float: none; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">É fácil explicar tamanha fissura por uma peça da indumentária. Basicamente todas as referências infantis usavam meias brancas. A Turma da Mônica usava; os pagodeiros usavam; Michael Jackson usava; o time de futebol do Brasil usava e ainda usa, e os metaleiros também deviam usar, apesar de não ser possível a constatação fática.</span><br style="background-color: white; color: #222222; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; display: inline ! important; float: none; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">Foi só depois de muito crescido que me dei conta de que meias de outras cores não são bregas, nem cafonas. Usar uma meia da cor da da calça ou do calcado na verdade significa não só uma complacência indolor às regrada básicas de vestuário,como também uma ode à diversidade. Finalmente entendi que nem todas as meias do mundo precisam ser brancas.</span><br style="background-color: white; color: #222222; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; display: inline ! important; float: none; font-size: 12.8px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">Isso significa que elas perderam seu lugar de respeito? É claro que não. Meias brancas ainda predominam por aí, são fáceis de achar e vão nos socorrer na hora do aperto e da escassez, como boas médicas que são na lida diária com calçados fechados - agora abrangendo os sociais. Elas apenas ganharam mais companheiras pra dividir um trabalho para o qual, embora servindo, nem sempre são o par ideal.</span></span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-1120168430374494862015-07-15T10:58:00.003-07:002015-07-15T11:17:43.384-07:00Dar e Receber <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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</div>
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</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimGPuYdq5SCBPpnQFy3so-9Y9ecp95I0mzvwdwwdYyQVZ9sR2xxPGLhCFdGGElwIbuJkEQVILGBYr5iFaAXZb5t4uM6hZDp8iP56-LhWaJLED8dXVnmQYPsEYZkkqyeCqnrqlH/s1600/gift.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimGPuYdq5SCBPpnQFy3so-9Y9ecp95I0mzvwdwwdYyQVZ9sR2xxPGLhCFdGGElwIbuJkEQVILGBYr5iFaAXZb5t4uM6hZDp8iP56-LhWaJLED8dXVnmQYPsEYZkkqyeCqnrqlH/s1600/gift.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">"Mais bem aventurado é dar do que receber". Só essa frase do Senhor
Jesus já dispensaria toda a história contada abaixo, mas é bom ter um
exemplo na vida. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ano de 2010, Dia dos Namorados. Eu era um namorado atento e apaixonado, e sabia exatamente o que seria o presente da menina. Fui ao shopping já sabendo o que e onde comprar. Preparei uma cartinha, umas flores e uma embalagem. Dei.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Era uma jaquetinha jeans, dessas que acabam antes da cintura e servem mais ao estilo do que ao conforto térmico. Pude ver seus olhos se iluminando e seu rosto se abrindo em um sorriso bonito. Ela gostou! "Missão cumprida, rapazes! Belo trabalho", dizia o cérebro ao restante do corpo em meio aos muitos beijos e abraços daquele tempo.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não é ótimo quando você ganha alguma coisa que queria muito? Pois tenha certeza de que quem te deu achou muito melhor. É mais legal dar o presente do que receber um. Falo, contudo, daquela enorme satisfação que se sente quando se dá um presente certo, aquele arrancador de sorrisos. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quando damos um presente bom, e por bom não digo necessariamente caro, significa que fomos bem sucedidos no exercício constante de memória e atenção existente em qualquer relação importante para nós. Há quem dê presentes caríssimos sem nada dentro, como que querendo comprar a afeição de uma pessoa. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Agora, timing é uma coisa importante. Certa feita tive aulas com um professor que dizia não dar presente em datas comemorativas. "Acho vazio de sentido, prefiro presentear quando tenho vontade. Aí é aquela comoção...", dizia ele arregalando os olhos e abrindo os braços.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E aqui já entramos num nível mais profundo da arte de mimosear: fator surpresa. Muito mais avançado em termos de memória, não é essencial, mas vale a investida. Quer seja uma paçoca, quer seja um chaveiro ou qualquer outra coisa, um regalo assim no contrapé pode dizer de forma muito eloquente que alguém é lembrado de forma especial.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Se uma mixaria ou não, se programado ou de supetão, é claro que vamos errar na lembrança também. Mesmo usando todo o recurso mental disponível e recordando coisas importantes, nem sempre somos felizes na hora de oferecer alguma coisa. E tudo bem. Bem aventurados são os que tem tempo pra tentar de novo, quem sabe com melhor sorte da próxima vez. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quem me vê escrevendo sobre isso deve pensar que eu sou o maior presenteador destes trópicos. Longe de ser alguém tão pródigo, eis aqui apenas uma lembrança de que pequenos e bem colocados carinhos cotidianos podem ser muito valiosos quando a intenção é demonstrar que alguém é importante. Sem o elemento humano, o presente caro perde a graça; com ele, o preço não importa, apenas o valor. </span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-87134738247034660042015-07-08T10:21:00.002-07:002015-07-08T10:21:19.904-07:00Fartura e Angústia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNhjpwWtFhbosxyWzt7pyN9ngYSSV8RvyAdlJyRVJwbUQH5IANve_Tbb8O7C9BWzS37viyTHQ5MZSuNYaZhBlTbo3oqIKJhVaCbWkhq701KD-ccKaa2xaPWKdtEPf6fyX46mCo/s1600/choice.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNhjpwWtFhbosxyWzt7pyN9ngYSSV8RvyAdlJyRVJwbUQH5IANve_Tbb8O7C9BWzS37viyTHQ5MZSuNYaZhBlTbo3oqIKJhVaCbWkhq701KD-ccKaa2xaPWKdtEPf6fyX46mCo/s400/choice.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mais jogos do que posso jogar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais comida do que posso comer;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais bebida do que posso beber;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais roupas do que posso vestir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais mulheres do que posso amar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais lugares do que posso visitar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais sons do que posso ouvir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais livros do que consigo ler;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais instrumentos do que consigo tocar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais melodias do que consigo inventar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais amigos do que posso acompanhar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais linhas do que consigo escrever;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais paisagens do que consigo contemplar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais flores do que eu consigo cheirar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais sorrisos do que consigo sorrir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais lágrimas do que consigo chorar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais dores do que consigo suportar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais alívio do que consigo sentir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais ar do que consigo respirar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais cores do que consigo ver;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais coisas do que posso comprar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais ideias do que consigo pensar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais botões do que consigo apertar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais problemas do que consigo resolver;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais sono do que posso dormir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais energia do que posso usar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais dinheiro do que consigo gastar;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais amor do que posso retribuir;</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">mais vida do que posso viver</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vivemos dias de inundação, de informação, de poder, de tudo. Todos são oprimidos - alguns por pedras, outros por almofadas, não importa: existe uma pressão a todos imposta para realizar algo.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A geração dos meus pais foi mais poderosa tecnicamente do que a geração dos meus avós; a minha é mais poderosa do que a dos meus pais, e a das minhas priminhas gordinhas será mais poderosa do que a minha.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A tecnologia de nossos tempos escancara as limitações do poder de escolha do ser humano. Tem tanta possibilidade pra tudo que só o fato de escolher já é um processo caro e estressante. Quer uma calça jeans? Mil modelos, em mil cores, em mil lojas. Carro novo? Mar de opções. Jogar na loteria? Boa sorte.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Existe jeito para tudo - até para a morte, em certa medida. Mesmo diante
de um diagnóstico desalentador, é possível escolher mais de um
tratamento e, em chegando o "único mal irremediável", escolher
entre um enterro ou uma cremação, a depender da vontade do falecido -
mas que fale antes também, porque se se decidir depois, não
vai adiantar. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uma das maiores facas de dois gumes da realidade pós-moderna talvez seja o grande poder de troca em nossas mãos. Não digo a troca por defeito, mas a troca por gosto. Enjoou? Troca. Desgostou? Troca. Encheu o saco? Troca. Viu um mais bonito? Adivinha...</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A ideia de troca fácil entre muitas opções passa a sensação de que, mesmo tendo dificuldade pra escolher uma alternativa de muitas possíveis, sempre poderemos conseguir coisa melhor. É uma ilusão perigosa, porque pode descambar para o pensamento escravizante de que nunca se terá algo que seja bom o bastante. Assim superestimamos nossa demanda, fazemos escolhas sem convicção e ficamos mais infelizes. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E teria algum remédio pra esse infortúnio? Tem vários! Mais do que nunca, porém, a organização mental parece ser um recurso valioso demais para ser ignorado. Pensamento claro, valores definidos e objetivos estabelecidos. Não vai livrar ninguém do sufoco de fazer escolhas, mas vai ajudar a fazê-las mais facilmente.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Que maravilha angustiante é viver num mundo de possibilidades. E que
paradoxo inescapável é se dar conta de que, enquanto para alguns
afortunados existe a escolha sufocante, para outros tantos existe o nada implacável. Consertar esse quadro injusto é também uma questão de escolha, mas grande parte de nós prefere viver na angústia.</span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-74486218599795140912015-06-08T07:00:00.000-07:002015-06-08T07:00:56.412-07:00Efeito Mariposa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGoIwonJl9eIplHXfkky18hJ_kTq7TapxRY3gwmY11TGIaPuWYaByuSGCyo472LFDPy_N-yPHB3SIB9jRGH9xKg-OApG-iKLcUuufcsauVNhhf7uoRlm_yhSB3RwqPtoWaurkU/s1600/moth.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGoIwonJl9eIplHXfkky18hJ_kTq7TapxRY3gwmY11TGIaPuWYaByuSGCyo472LFDPy_N-yPHB3SIB9jRGH9xKg-OApG-iKLcUuufcsauVNhhf7uoRlm_yhSB3RwqPtoWaurkU/s200/moth.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Era uma terça-feira fresca do mês de maio. Meus amigos vieram pra cá e fazíamos uma reunião costumeira. Enquanto pegava os talheres e pratos para servi-los, vejo um pequeno vulto esvoaçante entrando pela janela. Tomei um sustinho de leve, até que a mariposa, preta e cansada, pousa no chão branco da casa. Pensei em tirá-la dali, mas imaginei que ela voaria depois, retomando seu caminho de invasão noturna de domicílios.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Imaginei somente. Assim que todos comeram e se levantaram, um dos que estavam à mesa viu a mancha preta e, num súbito de terror e espanto, esmagou o inseto com seu sapato sem cadarços. Fez uma bagunça no chão, para o que providenciei um pano, e depois uma reflexão para mim mesmo.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O indivíduo vê uma situação, que espera desenrolar-se de certa maneira, sem interferir para que o resultado ocorra. No entanto, outra pessoa interfere, mudando radicalmente o resultado do evento. A isso chamei de "efeito mariposa". É mais fácil simplesmente falar "deu mariposa" do que explicar toda a história. Claro, primeiro terei de explicar a origem do termo, mas depois será automático. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O trabalho se justifica considerando a recorrência da situação. Muita vez nessa vida a gente espera que alguma coisa vá se resolver sozinha, quando vem outro meter a colher e bagunçar o coreto, melhorando ou piorando. No caso de nossa ilustração, deu ruim pra coitada da mariposa, mas sendo outra a disputa ou os seres envolvidos, quem garante? </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O caldo engrossa mesmo quando entra um bocadinho de Teoria dos Jogos, e então realizamos que, às vezes é melhor agir, e às vezes é melhor esperar e ver o que acontece. No caso da segunda opção, corremos o risco do "efeito mariposa", mesmo que esperar seja a alternativa mais apropriada naquele instante. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não pensemos, também, que o interventor esteja totalmente certo de suas atitudes, nem que imagine as consequências de suas ações. Aproveitando ainda o restinho da história, meu amigo assassino de mariposas ficou extremamente constrangido com a situação. "Fico apavorado", ele disse, pedindo um pano e muitas desculpas. Sai caro para qualquer homem admitir medo de algo que não mata, não morde e não faz sofrer - nisso excluímos balas, lâminas, feras e mulheres - sendo este último fator por vezes mais perturbador do que os outros três.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma mariposinha brutalmente assassinada numa noite fria de terça serviu para reflexão e proveito. Aquela morte não foi em vão! Poderia ser predita? Nunca. Evitada? Talvez. Outras casas seriam invadidas, segredos continuariam encobertos e reflexões posteriores não existiriam. Longe dos olhos mais distraídos, continuará o efeito mariposa a invadir nossas vidas, sem que nos demos conta até que passe. </span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-20090360592222069152015-05-18T19:50:00.001-07:002015-05-18T19:50:26.952-07:00Dengue<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nesse mês faz um ano que recebi alta depois de ficar três dias internado por suspeita de dengue. Foi uma experiência bastante significativa na vida, e senti que deveria compartilhá-la.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu havia passado um domingo cheio de febre e de banhos frios para começar uma semana ainda sem muita noção do que era saúde. Entre remédios vivi aqueles cinco dias, até que os hemogramas começaram a acusar uma queda acentuada nas plaquetas. Para quem já não tem muitas, como eu, era um fator preocupante.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fui levado ao hospital no sábado, repeti o exame e a médica decidiu que eu havia de ficar era por lá mesmo. Isso porque o vírus havia tomado gosto pelos meus anticoagulantes, e pegou a lanchar meus evitadores de hemorragia. Um pouco menos de plaquetas e eu precisaria receber transfusões sanguíneas.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi numa das noites cansativas no quarto do hospital que me bateu uma tontura muito folgada. Minha pressão tinha diminuído sem explicação. Naquele momento, com o pensamento meio embaralhado, consegui firmar a ideia para então realizar que estava completamente entregue a uma circunstância sobre a qual eu não tinha controle. Para longe haviam ido minhas forças, minhas emoções, meus neurônios. Estava na mão de Deus. "Vamos esperar pra ver o que acontece", disse a enfermeira lá longe, trocando meu soro, e eu lá.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Felizmente, durante os dias em que fiquei internado, fui me recuperando e, antes do meio dia daquela terça, já curtia o sol bravo de onze horas pela janela do meu quarto. Via o vento passando os dedos pelas copas das árvores, tranquilo. Era um dia doce, com batata frita e suco de uva. Era um homem livre.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Desde então, sempre fui muito preocupado com a dengue. Meus amigos me zoam porque, nos ensaios da banda, sempre levo um repelente. Bem, talvez seja mesmo engraçado ver como pessoas que passaram por tempos difíceis na vida tentam evitar que a experiência se repita, e eu mesmo já fiz troça de muita gente que se cuida um pouco mais pra espantar o medo. Seja como for, repelentes sempre estão na lista do mercado ultimamente. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Embora seja uma doença penosa e, muitas vezes, letal, aparentemente não temos dado atenção a essa batalha. Quero dizer que sim, uma grande parte da população sabe o que é necessário para combater o mosquito, mas não o faz. Não sem razão, o número de casos teve um aumento explosivo em 2015, e muita gente está, nesse instante, passando pelo que passei na cama do hospital, porém no chão, abandonada em corredores e entregue a outros tantos parasitas malditos que nos assolam.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A dengue é uma doença oportunista e muito curiosa. Basicamente ela tem se aproveitado da nossa apatia em manter as coisas organizadas e limpas. Nossos lotes abandonados, nosso relacionamento precário com o lixo e nossas vidas bagunçadas dão condições mais do que suficientes para que o mosquito se reproduza como quiser, tanto quanto permitam o seu sistema reprodutor e os seus poucos dias de vida. É de se pensar como um organismo com menos de um grama pode derrubar e matar um homem feito. Mais estranho ainda é quando se percebe que falta água para as pessoas, enquanto que para os mosquitos sobra.</span><br />
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<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-10622866575197271202015-03-19T14:57:00.000-07:002015-03-19T19:59:21.992-07:00Quando Apertei o Unfollow<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgajxJuy03PtuUUP3GF7165PcA-T6AGat-HjshTazYQjVpr4vkdpC8Jvm5h_lpZF9GVBcX_6gw-jVl55e1WQPVrI3IWgRm9lzhPUiTBv1GyJppi4Vxi_-g4H0GRHEUThrqmJrRk/s1600/unfollow-button.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgajxJuy03PtuUUP3GF7165PcA-T6AGat-HjshTazYQjVpr4vkdpC8Jvm5h_lpZF9GVBcX_6gw-jVl55e1WQPVrI3IWgRm9lzhPUiTBv1GyJppi4Vxi_-g4H0GRHEUThrqmJrRk/s1600/unfollow-button.png" height="162" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: xx-small;">(fonte: http://goo.gl/7OZNkq)</span></span></div>
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Quando cogitei dar unfollow, confesso que não pensei ser grande coisa. Bastava apenas pegar o celular e apertar uns botões, foi o que me disseram. Não era nada difícil de fazer, mas deixei a coisa seguir, já que não recebia notícias mesmo. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Já não nos falávamos fazia um tempo, não tínhamos qualquer pedaço de vida em comum, a não ser por aquele fiapinho virtual chamado follow. Ficamos nos seguindo de longe, fingindo não saber que, por uma miséria que fosse, aquele pequeno punhado de bits ainda era algo que poderia nos levar a saber mais de cada um. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">O tempo foi passando e eu vi que, ali dentro, como um brinquedo novo que quebrou depois de duas semanas, lá estava o perfil, a conexão inerte feito sombra risonha na tela branca. E do lado de cá, eu, sempre o moleque atormentado, que esperava que o boneco se levantasse, que fizesse alguma coisa, e que, em isto acontecendo, sairia correndo apavorado. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Quando vi que precisava, demorei para juntar forças. Mais fácil me parecia fazer qualquer outra coisa do que levantar meu próprio dedo contra uma memória selecionada. Não tinha de ser uma coisa tão tensa, analisei. Mas tinha.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Quando tive de dar o unfollow, enrolei o que eu pude. Marcado era o dia, feio e amargo, coisa de resolução, não havia de passar. Sem nem pensar muito, foi o dedo no exato lugar, dois cliques, intenção, confirmação, que era pra ter certeza, e sem ser demais. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">A vista embaçou, caiu uma chuvinhazinha vagabunda de fina no coité e tocou aquela música do Legião. E digo sem exagerar que até a poeira do mundo dos vivos pairou quietinha no ar naquele instante, e depois caiu no chão novamente. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Aí veio um alívio esquisito, desses que nos sucedem quando alguma coisa se resolve sem ser o resultado melhor. Foi isso. Tirei um peso de esperar e troquei por uma pedrinha toda escrita, que guardei numa gaveta. Não fico olhando sempre, mas sei que está lá. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Meu telefone sobreviveu ao evento, como sempre fez depois de tantos outros unfollows. Também eu não morri, não muito, pelo menos. Deixei-o no num canto e fui tomar um copo d'água. Da janela, via o tempo clarear: ia-se embora a tempestade.</span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-64134195057896439112015-02-02T06:48:00.001-08:002015-02-02T07:03:56.123-08:00Pródiga Tragédia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7GXIq3MHUc0QXBAWXA-cA0PaKfdgRUTLxPSwGGnkKAJ6P6SjHArUU1FRq9icQhyQ5pvediAtC15NIUdn5I3hirMBWu2IzT3S3FR-URFoBdju3o1nPywHw0Sz4aaOGuyksKMd/s1600/agua.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7GXIq3MHUc0QXBAWXA-cA0PaKfdgRUTLxPSwGGnkKAJ6P6SjHArUU1FRq9icQhyQ5pvediAtC15NIUdn5I3hirMBWu2IzT3S3FR-URFoBdju3o1nPywHw0Sz4aaOGuyksKMd/s1600/agua.gif" height="222" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">(</span><a href="http://giphy.com/gifs/water-gif-awesome-gifs-JqfPi4AFT9ZgA" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;" target="_blank">Fonte</a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">)</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
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<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;"><i><span style="font-size: xx-small;">Eis que Deus é grande, e nós não o compreendemos, e o número dos seus anos não se pode esquadrinhar.</span></i></span></div>
<i><span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;">Porque faz miúdas as gotas das águas que, do seu vapor, derramam a chuva,</span><br style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;">A qual as nuvens destilam e gotejam sobre o homem abundantemente.</span><br style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;">Porventura pode alguém entender as extensões das nuvens, e os estalos da sua tenda?</span><br style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;">Eis que estende sobre elas a sua luz, e encobre as profundezas do mar.</span><br style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;">Porque por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância.</span><br style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px;" /><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/j%C3%B3/36/26-31" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: 0px 0px; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: #2a6496; cursor: pointer; fill: rgb(42, 100, 150); font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 20px; text-decoration: none;">Jó 36:26-31</a></span></i><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Então chegamos a este ponto: o maior e mais rico país da América Latina está, com toda a ironia que a situação oferece, mergulhado numa crise de falta d'água. É curioso demais para não se manifestar. </span><br />
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se tinha alguma área em que eu imaginava que jamais passaríamos aperto, era a água. Estamos literalmente sentados em uma bolsa monstruosa desse líquido e temos a maior floresta tropical do planeta. E mesmo com tantos trunfos dentro de casa, muitos de nós já sentem a escassez e a secura no cotidiano. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A situação parece ficar ainda mais cínica quando se percebe que o estado mais afetado pela seca da nação é, historicamente, o mais escarnecedor daqueles que sempre tiveram pouca água. Dia após dia, os reservatórios de São Paulo minguam, como que anunciando novos e mais difíceis tempos.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A questão da água no Brasil me parece estar mais relacionada à prodigalidade do que a qualquer outra coisa. Nunca fizemos muita questão de economizar um bem tão abundante e presente, apesar de sabermos de sua importância. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nossas calçadas sempre foram muito bem limpas com água potável, nossos vazamentos estão ali há anos, e é claro que precisamos tomar banhos de meia hora, isso faz parte da nossa cultura. O que não parece fazer parte dela é o planejamento.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se o dinheiro não aceita desaforo, o que nos fez pensar que a água, muito mais valiosa, aceitaria? </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se a gente trata assim um recurso sem o qual morreria em poucos dias, me apavora pensar em como tratamos os demais. Dizer que falta água no Brasil é como dizer que um ganhador de loteria hoje passa fome, algo absurdo, mas que a realidade mostra que existe. O fato é que, para quem não sabe como utilizar alguma coisa, nem toda a criação bastará.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E eficiência agora é o nome do jogo, as regras mudaram. Até que a situação se estabilize, serão necessários alguns anos, muito suor e muitas lágrimas. Esperamos que seja mais suor e menos lágrimas, para que haja mais trabalho inteligente e menos lamentação sem propósito. Pode ser que não mais vejamos abundância hídrica como antes; cada gota importará daqui para frente. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será que aprenderemos algo com essa experiência? Conseguiríamos nós ter um consumo responsável e eficiente, não só da água, mas de tudo que temos ao nosso dispor? Honestamente, desconfio, mas, ironicamente, faço a minha parte. Em algumas situações, a esperança reside no desejo de estar enganado. É tempo de fechar torneiras e estancar vazamentos. </span></div>
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daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-81793694336149518052014-12-31T14:19:00.003-08:002014-12-31T14:19:51.048-08:002014<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A ideia de viver apurado, atolado em trabalho, nunca me pareceu atraente. Sempre quis ter tempo. Prefiro um estilo de vida mais tranquilo, sem tanta agitação no cotidiano. Tempo pra pensar, pra jogar, pra refletir e fazer minhas coisas, tempo pra jogar fora, até. E em 2014 eu consegui ter muito disso.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ironicamente, eu também nunca desperdicei tanto tempo e tanta energia como no ano que passou. Foi um festival de preguiça e marasmo, na maior parte. Mas também foi um ano de muita produtividade e reflexão, se é que assim posso dizer. Quando há tempo, a gente pode pensar com mais calma e planejar com mais exatidão. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas não sejamos ingratos. Deixando toda a polêmica temporal pra lá, 2014 foi um ano de altos e baixos, mas altos muito altos e baixos não tão baixos. A topografia do período realmente foi interessante, e se tem uma coisa que ganhei nesses dias foi maturidade. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi bom começar um ano com mais tranquilidade. Sim, desde o começo foi tranquilo. Já no primeiro trimestre também, me tornei o administrador de um grupo que foi muito além do celular, e se tornou meu amigo de verdade. Tempo bom é aquele em que se faz amigos.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fiquei doente. Fui parar no hospital. Certamente uma experiência desagradável, e tal adjetivo já está de bom tamanho, sem eufemismo. Não tenho coragem de reclamar de dengue nenhuma com tanto amor que recebi. E no momento mais crítico, quando minhas plaquetas falharam em se reproduzir, lá estava Deus mostrando sua soberania e grandeza. Quando saí do hospital, foi como o primeiro dia de liberdade. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já curado, entrei para o time dos que não gostavam da copa (e aqui me refiro ao evento esportivo, com letra minúscula). Já não gostava antes da ideia, e com o acirramento dos ânimos, tomei esse lado e disse que não assistiria a nenhum jogo. E assisti. O evento aconteceu e aí estamos nós com essa dívida gigante, com estádios ilegais e com pessoas que talvez ainda não tenham onde morar. Serviu, porém, para eu aprender que, mesmo quando há boas intenções em resistir a alguma coisa, pouco vai adiantar uma reação atrasada. Também a resistência precisa de <i>timing</i>. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já no segundo semestre, mudanças pessoais e profissionais. A novidade é mesmo algo surpreendente e, em alguns aspectos da nossa vida, é bom deixar essa sensação sempre viva, não importa por quanto tempo alguém esteja com a gente. <i>Rock step, triple step...</i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por falar em companhia, inclusive, devo dizer que esse foi um ano regenerador. Consegui evoluir muito como pessoa, adquiri conhecimento de mim mesmo e dos outros. Mais uma vez, em alguns pontos hoje sou uma pessoa mais madura e mais leve. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No final do ano, ainda tive o privilégio de conhecer novos horizontes. Antes eu não gostava de viajar, mas, de novo, o que não é o amadurecimento na vida de uma pessoa... </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E quanto ao ano novo? Boas previsões, com certeza. Precisarei de mais energia, principalmente para eliminar desperdícios tão presentes agora. Há muito mais para fazer, e o tempo voltará a ser recurso escasso. Deve haver agitos, até porque águas tranquilas como as de 2014 não podem nem devem durar para sempre.</span><br />
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<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-72886974727921047932014-10-25T08:59:00.000-07:002014-10-28T07:55:34.412-07:00Peso Invisível<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCNbi-M9ILyJkwzcDUPal9fT_-8w6AnpoBY_w1NxC15DMO9jCUHmO5dsH83h-MXHJHwX1zPs_LYWW-kYHyzNCrwa01nNiTB5KXjx3qr-vEblfl2ZcAbC9AQVU588pSiwe2CSvJ/s1600/weight.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCNbi-M9ILyJkwzcDUPal9fT_-8w6AnpoBY_w1NxC15DMO9jCUHmO5dsH83h-MXHJHwX1zPs_LYWW-kYHyzNCrwa01nNiTB5KXjx3qr-vEblfl2ZcAbC9AQVU588pSiwe2CSvJ/s1600/weight.gif" height="320" width="180" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certa vez, uma pessoa entendida das ciências exatas me disse que, se fosse posto um peso astronômico sobre a cabeça de uma pessoa por uma quantidade ínfima de tempo, digamos, milésimos de centésimos de segundo, ela não seria esmagada por esse objeto, ainda que este fosse muito mais pesado. Na verdade, ela provavelmente nem sentiria que, durante aquele fiapo de tempo, sua vida esteve ameaçada por uma circunstância contra qual ela estaria absolutamente indefesa. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dia desses eu estava caminhando, provavelmente indo para o trabalho, e pisei num inseto. Não lembro qual bicho era, também não vem ao caso. O que vem é que eu, andando, na minha, nem tinha me dado conta da existência daquela coisinha no meu caminho, e só me apercebi do acontecido depois de ter ouvido a casquinha do coitado se quebrando debaixo da minha sola.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já passei da fase de ter dó de artrópode, mas não da fase da inculcação. Comecei a refletir então em que nível as escolhas que fazemos nos tornam dependentes de outras pessoas, mesmo que por uma fração de segundo. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É de se pensar: durante o dia, quantas vezes depositamos nossas vidas nas mãos de outra pessoa sem que nenhuma das duas sequer tome conta disso? Quantas vezes temos o controle total da vida de alguém sem nem perceber? E são momentos, instantes mínimos que podem mudar, melhorar, interromper, ou manter inalterada a vida de qualquer das partes envolvidas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Surge então, durante aquela besteirinha de nada de segundo, uma grande responsabilidade sobre os ombros de quem pode definir a situação. É como se, naquele instante decisivo, surgisse um peso invisível, porém altíssimo, incapaz de ser suportado por mais tempo. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Assustador? Sem dúvida. Intrigante? Pode apostar. Muito mais do que isso, porém, vejo algo de divino em tamanha aleatoriedade. Tudo bem que, para Deus, nada tem a névoa do imprevisível, mas não deixa de me impressionar que todo esse sistema chamado vida seja tão complexo e vibrante e frenético ao ponto de, dentro de uma insignificância temporal, reinventar-se por completo, ainda que nada aconteça.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não quero também deixar ninguém paranoico. Parece-me apenas necessário apontar o quanto somos limitados e ignorantes na nossa vida diária. A propaganda de uma rádio diz "em vinte minutos, tudo pode mudar". Quem dera a gente tivesse vinte minutos, ou mesmo vinte segundos pra tomar toda decisão importante. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A verdade mais dura, e talvez mais sedutora, ouso dizer, é que a nossa vida muda a todo instante pelas mãos dos outros, assim como nós transformamos as vidas de outros tantos sem saber, e ninguém se dá conta disso, pelo menos não até que o resultado tenha aparecido. Belo, assustador e absolutamente acachapante é o mistério de viver com mais gente nesse planeta. </span><br />
<br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-17530944632899323322014-05-22T06:53:00.001-07:002014-05-22T06:53:50.247-07:00Viva e deixe morrer <span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como é do conhecimento de todo ser vivo desta nação, uma certa programaçãozinha está prevista para acontecer em junho e julho. Ora, não há qualquer objeção para à ocorrência de um evento no País, desde que esse evento nos respeite. Somos amigos, queremos interagir. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aparentemente, e digo aparentemente apenas para fins eufemísticos, a condição acima não foi cumprida. Muitas pessoas estão sofrendo duramente as construções e renovações que estão sendo feitas. Estou falando de gente perdendo a moradia, de gente tendo cirurgia cancelada e de gente perdendo aulas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há tanta coisa errada acontecendo que não existe o menor clima pra fazer festa. Toda a comemoração pode rolar, mas nós não somos obrigados a festejar. Ou somos?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Espere aí, isso é interessante. Eis uma coisa que se pode fazer para ser civilizado: nada. Faça nada, meu fi. Fale nada. Esnobe a coisa toda, dê um gelo, deixe que morra de fome, de carência, deixe que toda a glória aventada seja para uns poucos sozinhos, ou seja, para ninguém. Não mencione, não gaste, não, não, não. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Interessante seria deixar a indignação ecoar no silêncio, o dinheiro no bolso. Coisa linda seria deixar que os fogos arrebentassem em vão, como que anunciando vitórias vazias e nada envolventes. Sim, deixe morrer em todo seu esplendor, como aquela ex maluca que liga sempre e aquele bully chato da escola. Deixe o silêncio ensurdecedor da rotina e de uma vida melhor encobrir toda a firula que é ter o quintal de casa invadido por quem chegou chutando o cachorro, trocando a decoração e dando em cima da mulher. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sim, meu jovem, vai ter... Alguma coisa no salão. Não concorda? Simples: ignore. A resistência de fazer nada, porém, já vou logo dizendo, é difícil. Lembre-se apenas de que não é obrigado a aceitar algo só porque todo mundo aceitou. Quem calar nesses dois meses não estará consentindo, mas ignorando a brincadeira de mau gosto, e atualmente, é o melhor que se pode fazer.</span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-33148114879164942312014-05-07T05:15:00.001-07:002014-05-07T05:15:22.191-07:00A fraqueza do singular<div align="justify">
De 18/06/2011<br />
<br />
Hoje faz uma semana que aconteceu uma coisa horrível aqui perto. Uma garota foi violentada bem próximo da minha casa. Segundo o que li nos jornais, ela foi arrastada até o local, e enquanto era conduzida, esperneou e se debateu, mas ninguém que passou pelo "casal" a ajudou. Fiquei indignado. </div>
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<div align="justify">
A frieza da cidade me impressiona. Não sei se é porque tive a oportunidade de viver um tempo em bairros que tinham clima parecido com o de cidade pequena, ou se é apenas questão cultural do cenário cosmopolita, mas é o que consigo perceber. Estamos todos na correria, e mal sabemos o vizinho que temos. Os amigos a gente conta nos dedos de uma mão, e os inimigos já são tantos que se perde a conta em meio ao estresse de se manter vivo.</div>
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<div align="justify">
Não sabemos quem está do nosso lado e quem é contra. Estamos sempre preocupados em atingir algum objetivo, em responder a demandas e expectativas. O produtivismo tomou conta de nossa sociedade, e a um preço bastante alto. </div>
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<div align="justify">
Como seres independentes, células individuais e especializadas de um organismo, temos capacidade de trabalho e força pra fazer aquilo que queremos sem depender de ninguém. No entanto, estamos igualmente sujeitos aos solavancos da vida, fruto das boas e más intenções de quem igualmente busca seu modo de vida passando por nosso caminho.</div>
<br />
<br />
<div align="justify">
Aprendo cada dia mais a dar valor às pessoas que estão por perto, não apenas por uma questão de proteção, mas principalmente para me sentir fortalecido e fortalecer quem está ao meu redor. Gostaria de ver uma sociedade menos militarizada, com menos gente morrendo por motivos absolutamente idiotas. </div>
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<div align="justify">
Sei que soa utópico esperar que as coisas melhorem, ainda mais com essa moda de tragédia que impera na cultura pop e nos telejornais. O histórico de guerras e conflitos revela que entender o outro nunca foi uma das maiores preocupações do ser humano. Seria demais desejar uma mudança nesse sentido?<br />
<br />
Penso que não; só espero que não esteja sozinho.</div>
daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-29206191484731893522014-02-10T02:58:00.001-08:002014-02-16T13:41:33.624-08:00Andorinha atrasada<div class="gmail_quote">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV0ak4kcoL4vwVToVN3frBP37RCzB-NW4-F7t6RVqj9mpPMkf2S50jH1ISmcK00RzBoJ1_m9F6NqG8qKkIyQDDscSG0XFOfVle3Y0AStsdIAo57_w1M0R_ouf1B03Cabxvu9OY/s1600/goodbye.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV0ak4kcoL4vwVToVN3frBP37RCzB-NW4-F7t6RVqj9mpPMkf2S50jH1ISmcK00RzBoJ1_m9F6NqG8qKkIyQDDscSG0XFOfVle3Y0AStsdIAo57_w1M0R_ouf1B03Cabxvu9OY/s1600/goodbye.gif" height="162" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um dos meus grandes arrependimentos no ano de 2010 é não ter montado uma resistência mais forte em relação à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Talvez nada realmente mudasse pelo fato de eu dizer "sou contra" ou "não sei se é uma boa idéia, melhor não", mas todos saberiam da minha posição de desconfiança desde o começo.<br /> Quando saiu a seleção, eu me perguntava se a gente tinha condição de sediar uma Copa. Em 2010 a resposta era óbvia, e infelizmente continua sendo em 2014.<br /> E agora que as coisas estão parcialmente feitas e os bolsos realmente cheios, essa realidade ficou escancarada para todo o mundo. Há problemas na infraestrutura dos aeroportos, dos hotéis e do transporte público.<br /> De fato, foram feitas muitas exigências legais por parte da Fifa para a realização do evento. Pessoas foram postas pra fora de suas casas em desapropriações absurdas e arbitrárias. Nossas leis foram subjugadas e dobradas. Há tanto abuso em todo o processo que não é nenhum exagero dizer que estamos nos prostituindo por um punhado de chutes a gol.<br /> Não há ingênuo que acredite tratar-se de um mero evento esportivo. É muito mais. Antes fossem apenas jogos esportivos entre nações. Tenho a impressão de que o futebol de verdade virou mera desculpa de socialização, um coadjuvante dentro de seu próprio show. Mais importantes se tornaram os estádios, os patrocinadores e tudo aquilo que existiria apenas para divulgar e enfatizar o esporte, porém esse é o menor dos problemas dessa Copa.</span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao contrário, pairam dúvidas sobre a viabilidade do evento, e a maior parte dos benefícios prometidos não chegará a tempo. A própria lógica de realizar "obras para a Copa", quando elas deveriam existir para beneficiar a população, soa puramente reativa e oportunista.<br /> É por esses motivos que tomei uma decisão. Não assistirei a nenhum jogo da Copa. Tentarei também não consumir produtos de nenhuma marca que abertamente apoie o torneio. A única coisa que me interessa é o <a href="http://virtualreality.duke.edu/project/walk-again-project/">Walk Again Project</a>, do Miguel Nicolelis. No mais, nada.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se é certo que uma andorinha não faz verão, que ao menos ela seja livre para voar pra onde quiser. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As camisas estão lindas, os estádios também. Peço, porém, licença aos superotimistas e aos bandidos para me esquivar de todo esse auê. Nem toda a beleza do mundo me fará esquecer a tolice que é ter a Copa no Brasil.</span></div>
daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-62447886681654512642014-01-01T14:41:00.003-08:002014-01-01T14:42:22.071-08:00Dia primeiro<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não é o ano que muda. Sou eu que estou mudando. De hoje em diante, firmo o compromisso de ser a melhor pessoa que eu puder ser. Sim, deveras me comprometo a buscar a excelência da vida e das coisas, e a tentar, ainda que muitas vezes falhando, influenciar positivamente a vida dos que me rodeiam.<br />Não é o ano que acaba. Sou eu que, aproveitando a vibe da renovação que a todos se estende, decido enterrar os meus rancores e a deixar florescer o que eu tiver de melhor. Para isso, regarei com persistência os talentos a mim confiados e podarei com tenacidade as ervas daninhas que aparecerem. Assim farei, mesmo que a água seja distante e escassa, e a tesoura, embotada e senil.<br />Não é o ano que se esgota. Sou eu que, vendo o aperto da hora, comprometo-me a tentar não desejar apedrejar quem me acorda, e a desperdiçar menos tempo rolando na cama.<br />Nao é o ano que termina. Sou eu que, depois de tanto entrar em pilhas erradas e discussões ridículas, encerro os velhos desentendimentos e ofereço a paz e o respeito a quem tiver me ofendido ou sido ofendido por mim.<br />Não é o ano que se encolhe. Sou eu que, vendo a minha timidez me possuir e me arrancar oportunidades, decido correr mais riscos e a superar meus medos antigos, por mais assustadora que pareça ser a possibilidade de interagir com um estranho.<br />Nao é o ano que desbota. Sou eu que, agora, quero uma vida mais criativa. Estas já revoltas e impiedosas madeixas nao saberão da tesoura por meses, e as minhas notas, guardadas no disco, irão para a nuvem.<br />Nao é o ano que some. Sou eu que, já cansado, lanço fora os meus próprios fardos e os confio ao Rei Jesus, para que este, mais Valente do que eu, lute as lutas que não posso lutar e me dê força para encarar as que eu puder.<br />Nao é que o ano não tenha sido bom; ele foi. Sou eu que, decididamente, espero fazer deste o melhor ano que puder, para que nao precise prometer tanto no próximo dia primeiro.<br /><br />Feliz Ano Novo</span>daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-20717764133946765722013-08-16T07:57:00.001-07:002013-08-16T10:33:11.025-07:00Cama arrumada<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Certa feita, quando voltei de viagem com a família de uma antiga namorada, fui todo feliz contar o passeio pra minha avó. Ela então disse:</span><br />
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<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">- Que beleza, hein, DanieL (um L gaúcho, mas ela era mineira)? Mas você arrumou sua cama?</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Respondi que sim, e de fato eu havia arrumado minha cama. Mas fiquei com a pulga atrás da orelha. Por que raios ela me perguntaria isso? Não seria mais interessante perguntar sobre a praia, ver as fotos e comentar do hotel?</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Claro que sim, seria muito legal ver as fotos, falar do hotel, que era novo, reviver em detalhes o jantar na praia. Porém, aquela senhora estava mais interessada em saber como andava o coração do neto, não em relação ao namoro, mas em relação a ele mesmo. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vovó sempre foi muito preocupada com o caminho dos filhos e dos segundos filhos. "Fico num cuidado", dizia quando a gente saía e não dava notícia. Os anos acumulados davam a ela a experiência e a legitimidade para nos criticar e nos corrigir. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tinha a chama da bondade. Claro que, quando alguém morre, a gente tende a lembrar-se das coisas boas, esquecer as chateações e enterrar os defeitos junto com o corpo, mas dizer que dona Maria era boa soa como um eufemismo, até uma injustiça. Não negava ajuda; antes, ia atrás dos recursos para atender a quem pedia.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Dificuldades foram muitas. A mulher ficou viúva logo cedo, com três cabritinhos pra cuidar. Entregou sua vida ao Sagrado Coração de Jesus, e fiada nEle foi segurando as pontas, mandando os meninos estudarem sob a luz da lamparina. Não casou de novo, nem namorado teve. "Quando eu for, vou falar pra ele: 'tá aqui a Maria do jeitinho que você deixou'". Usou a aliança enquanto pôde. Nessa união nem a morte triscou. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os filhos cresceram, todos eles sadios, cada um seguindo seu caminho. Vieram os netos, e foram amparados com o mesmo amor. Começaram os casamentos dos netos; no do mais velho e no da mais nova ela esteve. No final, o corpo não ajudava e a cabeça parecia querer sabotá-la, mas ela sempre se lembrava e fez questão de estar lá. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vovó não deixou bens. Se muito, uma casa e um barracão. Mesmo um pé de dinheiro, porém, não seria páreo para tamanho legado moral. Ela ensinou que a gente precisa estudar, trabalhar e ser correto, tudo com amor e honestidade. Fez isso muitas vezes falando, ralhando e até atirando seus chinelos em nós, mas o exemplo máximo foi o cotidiano. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E agora ela se foi. Já tínhamos uma responsabilidade enorme só por sermos de sua árvore genealógica, e agora ficou ainda pior. Foi difícil, foi tenso dizer adeus, mas se me perguntarem, direi que não foi nem de longe um dos velórios mais tristes que já vi. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Hoje, quase duas semanas após o acontecido, estou aqui a relatar-lhes esses pedaços de vida. É que não consigo mais estender um lençol sem repensar a minha. </span><br />
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<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-29437778.post-62584334115880699072013-06-19T10:55:00.000-07:002013-06-19T10:55:36.829-07:00Revolução silenciosa<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A gente vive um momento histórico no País. É bonito, é legal, é tudo de bom ver que nós, brasileiros, sempre tidos como passivos e manipulados, finalmente resolvemos nos levantar contra as injustiças diárias. Muito legal, mas qual é a raiz do problema?</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A raiz do problema está em nós todos, na nossa atitude em relação a tudo. Os políticos são corruptos e criam leis idiotas e inoperantes? Bem, eles não nasceram lá, nós os elegemos. Os administradores públicos foram criados como toda a sociedade e estão lá porque foram eleitos. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A corrupção pública é um escândalo, sempre. Recursos desviados da saúde e da educação para a gasolina azul de alguns engravatados, que piada. E a corrupção particular, por que é tão tolerada? O lixo na rua, o cocô do totó na calçada, o amante dentro do guarda roupa, o colarinho da camisa sujo de batom, deu pra entender, né? </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Eu não consigo me esquivar do pensamento de que o status quo ao nosso redor também é culpa nossa. Se a gente é conivente com as pequenas corrupções, que moral tem para discutir as "grandes"?</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Talvez o maior benefício de tanto protesto é mostrar que os problemas da nossa sociedade nasceram e são alimentados dentro dela mesma. Podemos trocar as cabeças que mandam por mil anos, mas se os corações forem os mesmos, não vai adiantar. </span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É importante ir às ruas e demonstrar indignação. Isso demonstra que não estamos cauterizados e indiferentes a tanta sujeira. Porém, acho que mais importante ainda é a "Marcha do Travesseiro", aquela que todos fazem antes de dormir. A revolução da consciência, silenciosa e altamente eficaz, é capaz de mudar comportamentos. Não faz sentido gritar e esbravejar pros políticos pararem de roubar, pros policiais não aceitarem propina, que a PEC 37 é um absurdo, se depois disso a gente para em fila dupla e fura a fila da lanchonete. É ridículo, é besteira.</span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Se existe tanta injustiça, talvez um dos primeiros passos que podemos dar é sermos todos mais justos e honestos. Sem desculpas, sem enrolação. Claro que é necessário chutar o balde e cobrar de quem deve ser cobrado, mas é bom lembrar que uma sociedade melhor necessariamente precisa de interações melhores e de indivíduos melhores. A hipocrisia, a mediocridade e a esperteza estão escancaradas para todos, e eu espero sinceramente que nós estejamos dispostos a combatê-las.</span><br />
<br />daniel0025http://www.blogger.com/profile/12655696426801792954noreply@blogger.com1