Wednesday, May 07, 2014

A fraqueza do singular

De 18/06/2011

Hoje faz uma semana que aconteceu uma coisa horrível aqui perto. Uma garota foi violentada bem próximo da minha casa. Segundo o que li nos jornais, ela foi arrastada até o local, e enquanto era conduzida, esperneou e se debateu, mas ninguém que passou pelo "casal" a ajudou. Fiquei indignado.


A frieza da cidade me impressiona. Não sei se é porque tive a oportunidade de viver um tempo em bairros que tinham clima parecido com o de cidade pequena, ou se é apenas questão cultural do cenário cosmopolita, mas é o que consigo perceber. Estamos todos na correria, e mal sabemos o vizinho que temos. Os amigos a gente conta nos dedos de uma mão, e os inimigos já são tantos que se perde a conta em meio ao estresse de se manter vivo.


Não sabemos quem está do nosso lado e quem é contra. Estamos sempre preocupados em atingir algum objetivo, em responder a demandas e expectativas. O produtivismo tomou conta de nossa sociedade, e a um preço bastante alto.


Como seres independentes, células individuais e especializadas de um organismo, temos capacidade de trabalho e força pra fazer aquilo que queremos sem depender de ninguém. No entanto, estamos igualmente sujeitos aos solavancos da vida, fruto das boas e más intenções de quem igualmente busca seu modo de vida passando por nosso caminho.


Aprendo cada dia mais a dar valor às pessoas que estão por perto, não apenas por uma questão de proteção, mas principalmente para me sentir fortalecido e fortalecer quem está ao meu redor. Gostaria de ver uma sociedade menos militarizada, com menos gente morrendo por motivos absolutamente idiotas.


Sei que soa utópico esperar que as coisas melhorem, ainda mais com essa moda de tragédia que impera na cultura pop e nos telejornais. O histórico de guerras e conflitos revela que entender o outro nunca foi uma das maiores preocupações do ser humano. Seria demais desejar uma mudança nesse sentido?

Penso que não; só espero que não esteja sozinho.

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