Thursday, June 16, 2016

Casa Nova!



Bem, esse é um pequeno post de despedida do Blogger, mas não do blog. Estou mudando pra plataforma Wordpress, que oferece mais opções de postagem. Já migrei todo o acervo deste blog pra lá, inclusive. Então, se você gosta do que eu escrevo, é só clicar no link abaixo:


O layout ainda está meio bagunçado, mas eu vou ajeitando com o tempo, como a mudança de uma casa mesmo. Já pode visitar. Já pode dar like. Já pode comentar. E eu estarei lá pra responder tudo. Então até lá. 

Muito obrigado por esses dez anos de convivência, Blogspot. Até a próxima.

Monday, May 30, 2016

Furada ou Firmeza



Que momento vivemos no País. Não há flores, mas também não há guerra. O fato é que a situação está um pouco difícil para quem quer arrumar um emprego, e fica ainda mais complicada para quem quer sua primeira colocação.

Nos livros de história a gente vê aquelas fotos antigas da crise de 1929, filas e filas de pessoas sem emprego com um pratinho de metal na mão, cenário desolador. Queremos pensar que aquilo não vai acontecer de novo, mas ligamos o jornal e vemos as agências de emprego cheias, filas e filas com expressões de abatimento. E pode não ser o pior momento ainda.

Que o diga particularmente a faixa etária de 18 a 68 anos. Pior ainda para quem quer o primeiro emprego, porque existe a cíclica questão da falta de experiência, que tem em seu cerne o problema ainda sem solução de toda a nossa economia: a falta de confiança. 

Confiança é uma sensação escassa em todo canto. Desde pequenos, somos ensinados a desconfiar de tudo e de todos. É basicamente um princípio básico de sobrevivência não aceitar balinha na porta da escola nem ajuda na boca do caixa eletrônico. Por causa do cotidiano e da violência, temos a ideia de que desconhecidos tem mais chance de ser inimigos do que amigos, e dependendo da sua localização nesse momento, não é uma suposição absurda. 

Mas qual é a influência dessa desconfiança generalizada no mercado? Bem, se não se pode confiar nos parceiros de negócio, as partes vão colocar menos dinheiro para circular e exigir mais garantias de que os acordos assumidos serão cumpridos. Essas circunstâncias levam a mais regras, a mais procedimentos burocráticos e a mais tempo consumido apenas para construir a mínima certeza de concretização, o que num cenário ideal deveria ser algo sem esforço. Ampliando o foco para o cenário nacional, dá pra ver que a desconfiança é um dos fatores que potencializam os efeitos da crise econômica que o Brasil vive hoje.

Felizmente existe uma solução chamada cooperação. Baseados nela, grupos podem deixar de apenas competir até a morte e cooperar pela sobrevivência de ambos, até porque, sejamos honestos, no mundo hoje tem pra todo mundo. No mercado essa ideia é conhecida como coopetição, e tem dado certo. Para isso, um dos fatores humanos envolvidos é o nível de confiabilidade das pessoas. Aqui entram aquelas ideias antigas de não pegar o que não é seu, nem puxar o tapete dos coleguinhas numa entrevista de emprego. 


Conceitos simples como esses forjam culturas, movimentam mercados e em alguma medida definem nosso nível de sucesso não só no emprego, mas também na vida como um todo. Se não podemos confiar em nós mesmos o tempo todo, podemos ao menos nos esforçar para melhorar nosso nível de confiabilidade, e assim errar menos. Mais acertos significam mais dinheiro no bolso, mais tempo para gastá-lo com quem importa e mais vidas longe de perigos desnecessários. Esse sim parece ser um bom negócio.

Tuesday, April 19, 2016

Ir e vir ameaçado



Blog é uma coisa maneira, né? E não digo maneiro apenas no sentido de legal, mas também no sentido de gastar pouca banda pra ser acessado. Essa não deveria ser uma preocupação para qualquer pessoa no Brasil, mas depois do anúncio da Vivo de limitar a internet fixa nos moldes da móvel, parece que teremos de prestar atenção nisso enquanto fazemos o máximo para essa que medida arbitrária não entre em vigor.
Vamos começar pelo absurdo que é a simples ideia de limitar uma conexão residencial à internet. Basta olhar a Constituição Federal, que diz que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Como isso se aplica a uma conexão de banda larga?
Bem, graças à internet, hoje não precisamos sair de casa para tudo. Na verdade, podemos resolver muita coisa com um computador, como pagar contas, fazer compras, pedir comida, imprimir documentos e fazer faculdade. Parcela expressiva da população mundial faz cursos on-line de outros países; há graduações inteiras baseadas em cabos de fibra ótica. Difícil pensar em alguma área da vida que não receba ou que não tenha recebido uma mãozinha da rede mundial de computadores. Céus, as pessoas até transam on-line hoje em dia!
Os sítios e caminhos virtuais tornaram-se uma extensão do espaço físico. Barrar a conexão com base em um limite de dados seria o mesmo que trazer um caminhão cheio de areia à casa de um indivíduo qualquer e soterrar suas portas e janelas dizendo: desculpe, cara, você atingiu sua cota de movimentação nesse mês, então vai ficar aí. Se quiser remover o bloqueio, contrate um pacote adicional. Do contrário, a gente limpa tudo no mês que vem... Se você pagar direitinho, claro. Ou seja, a limitação da conexão à internet baseada numa franquia de dados afronta o direito de ir e vir das pessoas baseando-se num num critério injustificável, isso para não mencionarmos as violações à liberdade de expressão e ao equilíbrio econômico das partes.
Com tanta coisa pra fazer on-line, nós brasileiros poderíamos esperar um serviço fluido e sem engasgos, né? É, mas não é assim a qualidade do serviço de internet. Na verdade, deixa bastante a desejar, assim como nossas estradas físicas. Os planos não são baratos e, dependendo do lugar onde o contratante se encontra, não tem sequer opção de operadora. Fica difícil aceitar uma limitação de franquia quando não se tem nem um bom serviço.
Outra coincidência notável é o fato de todas as operadoras de internet possuírem também o serviço de TV por assinatura. Ora, graças a uns certos serviços de streaming e a um certo serviço de troca de mensagens aí, elas amargaram um encolhimento expressivo no número de assinaturas e na receita vinda de mensagens SMS e de ligações interurbanas. Sob esse prisma, elas tem boas razões para querer sobretaxar a internet. Só não tem moral para fazê-lo.
Existe ainda um segmento da indústria que também não parece insatisfeito com a limitação da internet. As grandes empresas distribuidoras de conteúdo podem até ter licenciado parte de seu conteúdo para o streaming, mas enquanto não fizerem uma oposição expressa à ideia de limitação da rede no Brasil, parece mais que elas imaginam que tal medida será capaz de ajudá-las a combater um de seus maiores vilões: a pirataria. O curioso é que, graças aos bons serviços de streaming de hoje, os mesmos que em tese tiraram assinantes da TV a cabo, muita gente já não baixa mais conteúdo ilegal. Ou seja, quanto mais livre for a internet e quanto mais estruturados forem os serviços de streaming, menos razões o povo vai ter pra piratear.
Por tudo que foi exposto, não consigo pensar em outro adjetivo que não seja a palavra abusivo. É imoral, ilegal e inconstitucional limitar a conexão de internet fixa com base em uma franquia minúscula de dados. Trata-se de uma atitude retrógrada, uma vez que, à medida que a tecnologia avança, consome mais dados e mais banda para funcionar adequadamente. , por fim, um último i nessa história: inaceitável. Não queremos internet de graça - queremos um serviço bom, justo e livre. A ideia de limite, da forma como está posta, não preenche nenhum desses requisitos.

Monday, March 07, 2016

Professor Megaman


Megaman foi um personagem muito importante na minha infância. Cresci assistindo ao desenho e jogando os jogos. Nesse particular, a série X é a minha favorita, tanto que joguei do primeiro ao sexto jogo, sempre aguardando ansiosamente a próxima sequência.
O que tinha de tão especial nesse jogo/desenho? A primeira coisa que me chamou a atenção é o fato de ser uma história envolvendo robôs com cara de gente. Sendo uma criança que gostava de robôs e de detalhes mecânicos, ver essas duas coisas dentro de uma embalagem colorida foi hit instantâneo.
A segunda coisa que me prendeu foi a habilidade que o Megaman tinha de copiar os poderes de seus inimigos derrotados. Basicamente ele encostava a mão no braço do outro robô e fazia um download da munição do cara. Ah, sim, ele tinha o poder de fazer seu antebraço virar um canhão e atirar vários tipos de projéteis conforme o inimigo e a necessidade. Um comédia estressadinho do fogo? Jogue gelo aprendido de outro inimigo nele, e vice-versa. Não conseguia atingir um lugar? Use um tornado no chão, flutue até lá e pronto, problema resolvido. Nos jogos, ele até mudava de cor dependendo da munição, o que podia ser ou muito legal ou muito feio, mas servia para distinguir.
O que ficou dessa jogatina e de todos esses trajes coloridos? Uma lição preciosa a respeito de aprendizado. Hoje vejo as batalhas cotidianas como oportunidades de aprendizado e de experiência. Quando acaba, tenho mais uma coleção de comportamentos que podem ser úteis ou não caso uma situação semelhante se apresente no futuro.
Acho, porém, que existe espaço para aprimoramento nessa fórmula. Em geral, não temos olhos treinados para identificar soluções de problemas que não sejam óbvias. Tal habilidade demanda visão aguçada para captar nuances e criatividade afiada para aplicá-las no cotidiano. 
Então que tal fazer disso um exercício? Por vezes, a solução que buscamos pode não estar diante dos nossos olhos, mas em algum lugar da mente, com o aprendizado necessário para fabricá-la. Aí entram conceitos como organização mental, análise situacional e treinamento assíduo, coisas nas quais não sou bom, mas  que tento praticar para melhorar minha forma de viver. 
Jogos eletrônicos já estão no mundo há bastante tempo e hoje tem amplo espaço na cultura pop, no entanto seu valor como ferramenta de aprendizagem já foi muito questionado. Parece que fazer uma palavra cruzada no jornal adiciona mais pra vida do que jogar um plataforma 2d. Pois eu digo que ambos tem seu valor e suas lições a ensinar, e que bom que são acessíveis e fáceis de se achar. Podemos então ter o melhor de todos os mundos, e a questão que fica é: estamos prontos para aproveitar o que essas formas lúdicas de aprendizado tem a nos oferecer?

Wednesday, February 03, 2016

Clã das Agulhas Voadoras


Imagine que o Brasil tenha entrado em guerra contra um país por demais inteligente. O inimigo, num golpe de genialidade, colocou em produção uma arma extremamente perigosa e fácil de se produzir. São pequenas agulhas que caem como chuva sobre os centros urbanos, identificando, perseguindo e atingindo pessoas com diversos tipos de doenças, algumas delas incapacitantes. Sua eficácia é tão alta que conseguem operar na escuridão total e sob altas temperaturas, sem falar na habilidade de suportar privação de condições básicas de funcionamento por até um ano.
Se é difícil imaginar um cenário assim, basta procurar um noticiário para perceber que esses drones malignos estão por toda parte, sendo mais popularmente conhecidos como mosquitos. Sim, eles são as agulhas-teleguiadas-voadoras-envenenadas que nos atacam cotidianamente. Milhões de vetores da dengue, do zika e da chikungunya nascem todos dias e outros milhões são larvas famintas prontas para criar asas e perpetuar o caos hoje presente.
Já é aterrorizante o suficiente? Pois espere até eu dizer que os principais alvos, ou seja, os seres humanos, não parecem muito preocupados em combater um inimigo tão pernicioso. Muitos inclusive tem entes queridos que já sofreram os males das doenças, e estão por aí, tomando conta das miudezas de costume, sem imaginar que sua inércia fortalece o lado daqueles não se importam em tentar destruir o que há de mais importante em nossas vidas. Sim, porque mosquitos não ligam se vão contaminar e matar gente; eles só querem nosso sangue, o que faz deles psicopatas em potencial, mas isso é assunto para outro dia.
"Nossa, que coisa mais dramática", é de se dizer. Bem, a Organização Mundial de Saúde também pensa assim, tanto que declarou o vírus zika uma ameaça mundial. E para adicionar mais drama a essa tigela já transbordante, eis o gif que ilustra este post: é a imagem microscópica do que acontece quando um mosquito pousa na gente. Ele revolve cuidadosamente sua pequena boca acicular dentro da pele, até encontrar um capilar e dali tirar seu alimento.
O ato de chupar nosso sangue em si não é um problema para nós brasileiros. Temos outros parasitas maiores, também psicopatas, que há muito fazem a mesma coisa. No entanto, estamos falando aqui de transmissores de doenças, propagadores de prejuízos financeiros, temporais e biológicos. Deus não deu asas às cobras, mas as deu aos mosquitos, e por conta desses pequenos artrópodes voadores superadaptados, muitas pessoas estão hospitalizadas, não poucas morreram, e outras tantas que ainda nem nasceram terão consequências severas durante seu tempo de permanência na Terra. Culpa dEle? 
É claro que não. O choro culpando o governo também é livre. E sim, há muito do que reclamar, mas o fato é que essa é uma batalha de pequenos contra pequenos. O ministro da saúde não vai entrar na casa de ninguém com a raquete na mão caçando mosquito. São as atitudes diárias que vão determinar quem sobrevive, e aqui entra a vigilância ativa e periódica da casa, do lote, da rua. Toda água parada deve ser considerada suspeita até prova em contrário. Nem preciso dizer que o descarte correto de resíduos é uma necessidade do processo todo.
Citei apenas algumas doenças nesse post, mas os mosquitos passam muitas outras e já estão entre nós faz um tempo. É responsabilidade de cada um manter seu patrimônio em ordem, sob pena de ser obrigado a tolerar o triste quadro em que nos encontramos e de ouvir a caçamba cheia de abobrinhas que as ditas autoridades querem despejar no nosso alpendre mental. Deixou de ser apenas presente para ser futuro -  o presente dos futuros decidido na batalha contra um inseto. 


Saturday, January 30, 2016

Ano Novo


Quando eu era menor, tinha uma grande expectativa em relação à virada do ano. Pensava que, após a batida da meia noite, tudo de ruim no mundo seria apagado, e que todos teriam uma nova chance de fazer as coisas do jeito certo.
Bem, a experiência vem chegando lenta e inexoravelmente, e hoje percebo que não é assim que as coisas funcionam. Nessa época do ano, não apenas eu, mas muita gente espera que tudo será diferente apenas porque um ano está para acabar e outro para começar. Todas as mazelas ficariam em 23h59min para dar lugar ao novo na hora zero.
Infelizmente não é assim que acontece o parangolé. Para o ano novo ser diferente, cada indivíduo  precisa ser diferente, e não apenas diferente: melhor. Aqui não se pede a ninguém que invente algo revolucionário, mas que melhore um pouquinho sua mente, seu coração, sua vida enfim. Os gênios, porém, fiquem à vontade para inventar coisa revolucionária boa.
Não vai ser ano novo se esse País continuar tendo uma moral seletiva. Não vai ser ano novo se o egoísmo continuar no trânsito e na gestão do serviço público. Não vai ser ano novo se álcool e volante estiverem numa mesma frase. Não vai ser ano novo se ninguém quiser tentar algo novo em sua vida.
Parece um pouco pessimista dizer isso, mas acho que não vai ser um ano novo. Vai ser um período com os mesmos problemas e as mesmas soluções provisórias de sempre. Se o puxadinho em uma obra de engenharia já é algo preocupante, imagine o puxadinho intelectual no qual muitos se escoram.
A boa notícia que trago é que a ruptura desses ciclos impiedosos não precisa de um ano novo. Ela precisa de um esforço consciente e concentrado de mentes a princípio dispostas a se tornar capazes de aprimorar aquilo que já existe.
A inovação radical, destruidora de paradigmas, já foi feita pelo Senhor Jesus. "Eis que faço novas todas as coisas", diz Ele em suas palavras. Sendo assim, fica mais fácil pra gente apenas tentar viver da melhor forma possível.
Isso se faz com planejamento. É necessária uma visão clara, um objetivo. Vale a pena reduzir o número de resoluções de ano novo para planejar cada uma delas no detalhe e torná-las fáceis de assimilar.
Deveria ser obrigatório que pessoas esquecidas como eu andassem com bloquinhos para anotar ideias e pensamentos - essa é uma ideia que pode salvar vidas e projetos. Pode ser um valioso primeiro passo. Já esqueci dois por aí, porém sigo na luta de ter um permanente. 
Quero apenas lembrar que a situação não está muito boa para nós. Ora por ganância, ora por ignorância, há rios e gente morrendo à toa, banalmente. Minha primeira resolução de ano novo é acreditar que mais gente também se sente incomodada com a situação e quer ver um cenário diferente para esse País, ainda que demore mais de um ano novo.

Monday, December 14, 2015

Rios de concreto



“Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos.” Salmo 40:2

A vida do ser humano muda quando ele se torna capaz de limpar sua  própria bundinha, lá nos primeiros anos da infância. Existe algo forte em não ter mais de pedir pra mãe vir nos limpar das merdas que a gente mesmo faz. Obviamente esse grito de socorro ainda virá muitas vezes durante a vida, mas não deixa de ser válido que, no mais das vezes, a gente aprende a se virar com os rejeitos que produz.
É estranho pensar que uma lição tão básica tenha sido esquecida pelos donos da BHP, da Vale e da Samarco. Difícil imaginar que se possa criar um enorme penico aberto num lugar alto e apenas esquecê-lo lá, na confiança plena de que nada precisará ser feito. Infelizmente não vai adiantar só chamar a mãe pra consertar o estrago que essa lama causou.
E agora vemos os peixes mortos nas margens, duros de tanta lama. Toda a vegetação se tornou um marrom disforme, em que se podem ver volumes de muitas coisas agora sem distinção, uma massa sinistra e fedorenta que arrebatou toda a vida e agora seca, cimentando lentamente o leito de um rio outrora vigoroso e pródigo.
É triste perceber que um País rico em um recurso tão essencial não seja capaz de administrá-lo de forma minimamente responsável. O que se vê nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo é a completa prostituição da água, não há outro nome para essa atitude. Cometemos as maiores atrocidades contra o meio ambiente e pensamos que iríamos escapar sem problema.
Não é assim que a coisa funciona. Se já não funciona com o dinheiro, que é coisa de homem, imagine com um rio, que é vivo, todo um ecossistema cheio de bichos e plantas fundado num equilíbrio delicado. Vida exige cuidado.
Isso não está direito, rapaz, não é jeito decente de se tratar a criação. E aqui não falo de se tornar um abraçador de árvores ou ecochato, mas de uma ponto fundamental sempre ignorado que é a dignidade da terra, que é obra de Deus e que ecoa Sua glória em sons, cores e gostos indecifráveis para a maioria dos homens. Por falar nEle, imagine o que deve ter pensado quando viu o estrago feito - "eu deixo um rio arrumadinho e vocês me aprontam uma dessa? Não me façam descer aí pra consertar essa bagunça. Quando eu for, quero que tudo esteja um brinco". Uma palavra figurativa dos Salmos se tornou realidade no coração do Brasil. Acode, Jesus!, que o povo é ignorante e não sabe.
A justiça pode determinar multas irrisórias para a reconstrução da cidade, as empresas podem continuar tentando limpar suas barras, mesmo estando sujas até o alto da cabeça, não interessa; qualquer criança sabe que deixar que essa tragédia acontecesse foi um erro crasso e evitável, sem o qual a vida do planeta seria melhor. E cabe a nós todos agora, seres humanos,  lenientes e irresponsáveis, restaurar a imensa latrina que acabamos de criar. Haja paciência divina - por enquanto, há; não abusemos, porém.