Monday, March 07, 2016

Professor Megaman


Megaman foi um personagem muito importante na minha infância. Cresci assistindo ao desenho e jogando os jogos. Nesse particular, a série X é a minha favorita, tanto que joguei do primeiro ao sexto jogo, sempre aguardando ansiosamente a próxima sequência.
O que tinha de tão especial nesse jogo/desenho? A primeira coisa que me chamou a atenção é o fato de ser uma história envolvendo robôs com cara de gente. Sendo uma criança que gostava de robôs e de detalhes mecânicos, ver essas duas coisas dentro de uma embalagem colorida foi hit instantâneo.
A segunda coisa que me prendeu foi a habilidade que o Megaman tinha de copiar os poderes de seus inimigos derrotados. Basicamente ele encostava a mão no braço do outro robô e fazia um download da munição do cara. Ah, sim, ele tinha o poder de fazer seu antebraço virar um canhão e atirar vários tipos de projéteis conforme o inimigo e a necessidade. Um comédia estressadinho do fogo? Jogue gelo aprendido de outro inimigo nele, e vice-versa. Não conseguia atingir um lugar? Use um tornado no chão, flutue até lá e pronto, problema resolvido. Nos jogos, ele até mudava de cor dependendo da munição, o que podia ser ou muito legal ou muito feio, mas servia para distinguir.
O que ficou dessa jogatina e de todos esses trajes coloridos? Uma lição preciosa a respeito de aprendizado. Hoje vejo as batalhas cotidianas como oportunidades de aprendizado e de experiência. Quando acaba, tenho mais uma coleção de comportamentos que podem ser úteis ou não caso uma situação semelhante se apresente no futuro.
Acho, porém, que existe espaço para aprimoramento nessa fórmula. Em geral, não temos olhos treinados para identificar soluções de problemas que não sejam óbvias. Tal habilidade demanda visão aguçada para captar nuances e criatividade afiada para aplicá-las no cotidiano. 
Então que tal fazer disso um exercício? Por vezes, a solução que buscamos pode não estar diante dos nossos olhos, mas em algum lugar da mente, com o aprendizado necessário para fabricá-la. Aí entram conceitos como organização mental, análise situacional e treinamento assíduo, coisas nas quais não sou bom, mas  que tento praticar para melhorar minha forma de viver. 
Jogos eletrônicos já estão no mundo há bastante tempo e hoje tem amplo espaço na cultura pop, no entanto seu valor como ferramenta de aprendizagem já foi muito questionado. Parece que fazer uma palavra cruzada no jornal adiciona mais pra vida do que jogar um plataforma 2d. Pois eu digo que ambos tem seu valor e suas lições a ensinar, e que bom que são acessíveis e fáceis de se achar. Podemos então ter o melhor de todos os mundos, e a questão que fica é: estamos prontos para aproveitar o que essas formas lúdicas de aprendizado tem a nos oferecer?

1 comment:

Cida said...

Boa cantada!