Saturday, June 17, 2006

O plano

Eram aproximadamente 9 e tantas da noite quando eu voltava juntamente com minha irmã e suas amigas do shopping, quando meu pai diz:
-Bruna, liga pra sua mãe e fala que já estamos chegando e que é pra ela se arrumar se quiser ir na tia Suely. Já está meio tarde pra ir visitar as tias, pensei. Só isso. Depois retomei a viagem de onde tinha parado.
Chegamos em casa normalmente. Meu pai estacionou o carro. Havia festa no prédio ao lado e aquele cheiro da fumaça das maquininhas estava no ar.
-Nossa, que festão, falou minha irmã.
-Tem maquininhas de fumaça nessa festa, eu disse.
-Ei, me convida!-gritou a Renata.
-Pai, olha só. Tem algo escorrendo do carro.
-É, acho que está vazando mesmo. Depois a gente olha isso-disse, já andando.
Chegando ao hall do elevador, ele diz:
-Daniel, vamos passar no salão de festa, o tio Ruimar está aqui. Vem dar um oi pra ele.
Eu estava louco pra chegar em casa, mas acabei concordando. Minha irmã me pegou pelo braço e disse:
-Vem, nenê.
E eu fui. Meu pai entrou e quando eu ia entrando as luzes se acenderam e bam! Começou um "Parabéns pra você". Tá, eu confesso que fiquei assustado na hora. Aliás, quando começaram a cantar, nem sabia que estavam cantando pra mim. Era uma festa surpresa.
Enquanto eu assistia com a famosa expressão de espanto e branco de susto, o pessoal cantava e se divertia. Minha mãe chegou perto de mim e esclareceu:
-Filho, a gente sabia que você não queria festa nenhuma, mas resolvemos fazer essa surpresa mesmo assim.
E, bom, não foi tão ruim, afinal. Na verdade, foi muito legal, porque planejaram tudo bem e , apesar do fora de visitar a tia, admito que nao desconfiei de nada.
Festa surpresa... quem diria. Não devo ser tão chato quanto imaginava. Se bem que o semi-autismo e a timidez permanecem, como sempre.

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