Saturday, May 10, 2008

A Batalha da Água

(Mai minino, hora que eu vi tinha passado ua semana, cê cridita?)

Estava eu dormindo de boa hoje à tarde, quando minha mãe interrompe meu sono de beleza:
-Ô filho, preciso da sua ajuda. A sala tá inundada.
Enquanto me perguntava se era mesmo aquilo que tinha ouvido, levantei-me ainda lerdo e fui à sala ver o que se passava. Foi então que senti a água molhando a barra da calça. Véi, a sala tava inundada! Canário! Só um objeto no mundo seria capaz de tamanha atrocidade: a mangueria de saída da máquina de lavar. Sim, ela havia escapado, e o caos se instalara no aconhego do meu lar.
Arrumei uma bermuda, um rodo e fui lá ajudar minha progenitora na difícil tarefa de secar a casa. A água avançava pelo corredor e ganhava os quartos, mas eu não estava disposto a perder a batalha. Foram vários golpes na danada, até que ela perdeu terreno e ficou só la na sala.
Os móveis assistiam àquela cena maluca, uma coisa que não podiam compreender. Os rodos deslizavam furiosamente pelo chão, e as ondas espumantes se avolumavam perto da cozinha. Era um inimigo pernicioso, que reagia aos meus ataques tentando me derrubar com escorregões e deslizes insanos. Felizmente, porém, não propiciei-lhe tal prazer.
O destino daquele duelo parecia se desenrolar diante dos nossos olhos. Aos poucos conseguíamos pequenas vitórias sobre a tormenta, tirando-lhe a força e mandando seus vagalhões para o fundo do ralo. Um inimigo tão ardiloso, porém, não se deixaria abater de modo tão inexpressivo. Ainda restavam parcelas de sua fúria em pequenas poças pela casa, e as marcas dos rodos no chão denunciavam que ainda não era chegado o fim do combate.
Utilizamo-nos então de nossa segunda arma: o pano! Sim,nós o lançávamos em conjunto com o poderoso rodo sobre as últimas águas, e era como se o dia se transformasse em noite para elas.
Após várias investidas, enfim, vencemos a batalha desta tarde. A ordem parecia se reestabelecer e o sol se punha atrás do vasto planalto central. As crianças brincavam no jardim e minha mãe sorria satisfeita, achando graça de tudo aquilo. Aqueles litros de água fora do lugar foram domados, e agora tudo está bem. E quanto à mangueira... bem, demos um jeito nela.


2 comments:

Juliana said...

ri muito
hehehehehhehe

;*

Anonymous said...

hahahahhahahahha!

muito engraçadinho =)

pirei nas suas crases super bem colocadas (Y)


;****