Tuesday, August 12, 2008

Teoria da Conserva Emocional

Tava vendo Malhaçao esses dias (sim, podem me zuar, pessoas cultas e soberbas que nao assistem a novelinha ;)) e aí tava rolando uma briguinha de casal, só pra variar. Parece que, depois de anos de casamento, a mulher virou pro marido e disse que era mais feliz e livre longe dele. Entao pensei comigo: "como pode ser isto?"
Tudo bem que eu nao sou o cara mais otimista que os senhores conhecem nesta área da vida, mas, véi, que coisa bizarra eu achei. Digo, como assim nao ama mais? Que coisa absurda, disse comigo. Entao comecei a me lembrar das minhas experiencias e das que já vi de perto, de longe e de relance.
Quando eu era criançola, tinha uma visao mais poetica do mundo. Até a 7a série eu achava que todo mundo tinha um par perfeito, uma cara metade que fosse unha e carne e que fosse mais natural com tempo do que a própria sombra do indivíduo. Bem, isso mudou depois de uma ida ao cinema e de eu nao ver o filme.
E o que eu aprendi depois nao vai em sentido contrário. Parece-me que esse lance de amor tem prazo de validade, da mesma forma que um enlatado em conservas que a gente compra no supermercado ou vidro de azeitonas verdes. Alguns duram a vida toda. Outros duram três dias. Se eu acreditasse em sorte, diria que é puramente na cagada que a gente encontra alguém pra vida inteira, mas ando muito pessimista pra isso.
Maior bizarrice do que essa foi só quando descobri que a Teoria da Conserva Emocional também é regida pelas trocas de calor emocional. Explico: na geladeira, os alimentos duram mais do que se estivessem expostos ao calor natural. Notei algo semelhante nos meus dilemas e paixonites até hoje.
Repara só: houve sentimentos que duraram anos sob uma troca controlada. Elas me chamavam de frio, mas ainda gostaram de mim por anos. Quando resolvi bancar o cara legal, que todo mundo diz pra gente ser, veja só, a coisa estragou rapidinho. Quando resolvi bancar o romântico, ainda mais rápido ocorreu a degradaçao, em questao de dias. Quando aconteceu foi uma merda, mas observando agora, tô achando até interessante.
Certo, muitos de vocês devem estar pensando que eu sou um doido varrido por pensar tantas coisas assistindo a uma cena de novela. Mais que isso, me julgando o cara mais mal amado que há sobre a face da Terra. Mas considerando tudo que eu disse até agora, eu realmente nao me importo muito quanto a ser mal amado. ;)
P.s.:post realizado de um note gringo. Perdoem a falta do til.

7 comments:

Bruna said...

já leu a Bíblia?
lá sim tem amor pra vida inteira.

Thais Melendez said...

ótimo o comentário acima.
Sou obrigada a concordar contigo daniel... "amor tem prazo de validade" em muuitas das vezes.(senão todas :P)
Era tão mais simples quando éramos crianças, você se apaixonava e pronto.Até o dia que a gente cresce, e é puxado de volta pra vida real.
Mas era bem o que eu estava precisando ouvir agora. Não existe ninguém perfeito pra ninguém, e esse lance de ser frio, ou ser 'amorzinho' demais, seeeempre dá errado. Na maioria das vezes a gente quebra a cara mesmo hahaha !

gostei (:

Zé Manet said...

O que aprendemos desde que nascemos é que a única coisa constante nesta vida é a MUDANÇA. Tudo se transforma: o nosso corpo,os sentimentos, os vizinhos...tudo muda! O amor é assim também. o maior ensinamento que aprendi em relação ao amor é que nem sempre ele é perfeito. E para fazer que um relacionamento dê certo, devemos ao fim de cada dia focar nas coisas boas e esquecer as coisas ruins. Só assim podemos seguir em frente com aquelas pessoas que amamos.Não é sempre fácil, mas no final sabemos que somos passíveis de erros, somos simplesmente humanos. O problema é que entramos, às vezes, numa rotina obscura de trabalho, estudo...que acaba por perder o encanto a vida em si! E cada um evolui de forma diferente. É muito fácil depois de alguns anos juntos olhar pra pessoa do lado e dizer, caramba, quem é vc? Vc simplesmente não reconhece mais. Mas no fim, a vida é assim...é se amar sempre com toda a intesidade possível, amar para sempre, mesmo que o SEMPRE não exista!

Lê Cami said...

Daniel! Que sacada!!!!
Mas veja, amor congelado não é de fato amor, né? Se vc pensar no coração humano, que é onde a gente sente doer e é o órgão que relacionamos ao amor, ele precisa do calor do corpo, perfeito em 36º (com poucas variações), para funcionar direitinho. Um coração hipotérmico te causa grandes problemas de saúde, levando à morte. Ele simplesmente pára de bater! Comparando o amor ao funcionamento do heart, meu amigo, eis que te digo que é muito melhor ser quente do que frio!!!!

Henrique Monteiro Alive said...

Pois é. Às vezes a gente se esforça e acaba se ferrando no amor, rs.
Acho que todo ser humano gosta de ser pisado um pouquinho. Essa é a verdade. Pelo menos eu gosto. Não muito. Um pouco, hehehe.


Eu acho que já provei muito amores que estragaram rápidos, mas ainda tenho um - o que mais durou - que creio durar pra sempre.

Anonymous said...

Vale lembrar que o "amor" em questão é o amor romântico (paixão). A própria bíblia fala sobre ela. É efêmera, PASSAGEIRA. Eu diria mais, é uma das escórias da humanidade. Se a bíblia fala sobre isso, que sentido faz percorrer o caminho contrário?

O amor que espero que tenhamos por nossas esposas e elas por nós é o amor decidido, construído. AMAR é uma decisão, e não simplesmente sentir seu coração batendo forte quando vê um rostinho bonito.

Diferente do amigo acima, não gosto de ser pisado. Mas como o coração humano é estúpido, ainda creio eu ser este o melhor meio de fazer alguém "amar" você perdidamente. Pena que esse "amor" realmente tem prazo de validade, como descrito no post. E quando vence, salve-se quem puder. É comum o carrasco assumir o lugar de pisado nesse momento.

Unknown said...

Acho que não se pode julgar oitenta por oito. Se as tuas experiências não duraram a vida toda não quer dizer que não exista!